Assim como no Brasil, os eleitores dos Estados Unidos da América escolhem o presidente do país de quatro em quatro anos. As semelhanças, no entanto, não vão muito além do período e do voto secreto. As eleições americanas são bem diferentes e um pouco mais complexas do que a que conhecemos.
Lá, o voto é feito por meio de cartões perfurados e não é obrigatório. Na última eleição para presidente do país, apenas cerca de 142 milhões de eleitores se registraram para votar, menos da metade dos 300 milhões de habitantes.
O processo eleitoral tem início na fase das primárias, quando representantes dos partidos são escolhidos por um colegiado eleitoral escolhido pela população.
Eleições primárias
Ao longo do primeiro semestre do ano eleitoral, os partidos realizam prévias para definir os delegados que farão parte da convenção partidária. Apesar de acontecer em todos os estados do país, segue regras particulares em cada um deles.
Em alguns estados, o voto está liberado para qualquer cidadão. Por outro lado, outros determinam que apenas filiados podem votar, além da inclusão de outras peculiaridades.
Assim que os delegados são eleitos, então, ficam comprometidos com um pré-candidato, que será representado na convenção nacional do partido. Sendo assim, o pré-candidato com mais delegados se torna o representante na eleição.
Colégios eleitorais
As eleições americanas também funcionam com um sistema de representação no colégio eleitoral. Durante as eleições, os cidadãos votam nos delegados que, por sua vez, estão apoiando um candidato.
Cada estado tem um número delegados definido pela população, resultado da soma do número de deputados e senadores. Para ser eleito, então, o presidente precisa ter a maioria absoluta dos delegados. Ou seja, pelo menos 270 dos 538 totais.
Entretanto, existe uma característica singular desse sistema. O número de delegados não é proporcional ao número de votos. Isso porque o candidato que vence em um estado fica com todos os delegados daquele região. Apesar disso, existem dois onde os votos podem ser divididos, Nebraska e Maine.
Por causa disso, é possível que um candidato seja eleito mesmo sem conquistar a maioria absoluta dos votos. A última vez que isso aconteceu nas eleições americanas foi em 2016. Na ocasião, Trump teve quase 3 milhões de votos a menos do que Hillary Clinton, mas conquistou mais delegados.
Importância dos estados
Como cada estado americano tem suas próprias regras políticas, toda a eleição é influenciada por isso. Para os candidatos, conquistar um estado importante pode ser definitivo no resultado final.
Os chamados ‘swing states’ são conhecidos por alternar entre democratas e republicanos nas eleições americanas. Entre eles, os mais tradicionais são Pensilvânia, Virginia e Flórida. Há ainda os ‘purple states’, os estados roxos. São chamados assim porque tradicionalmente apoiam um dos partidos, mas tem apresentado alterações.
Além disso, existem estados onde os partidos nem tentam fazer campanha, pois não tem pretensão de ganhar. É o caso da Califórnia, onde republicanos não fazem campanha, e do Texas, onde democratas não fazem.
A Super Terça
A Super Terça é um dia tradicional das eleições americanas, quando vários estados votam nas primárias. Neste dia, 1.357 delegados estão em disputa, do total de 4.750 de toda a fase primária.
Os estados que participam da Super Terça são importantes pois apresentam uma abrangência da população dos EUA. Sendo assim, os resultados ajudam a oferecer uma noção de quem apoia cada pré-candidato nas eleições. Ou seja, as chances de vitória no país inteiro podem começar a aparecer com os resultados do dia.
Sistema pseudobipartidário
No Brasil, as eleições contam com um sistema que tem dezenas de partidos. Por outro lado, nos Estados Unidos a disputa acontece apenas entre dois. A verdade, no entanto, é que até existem outros, mas apenas democratas e republicanos tem representação real.
Por todo o país, existem partidos estaduais e locais que lutam com pautas regionais. Esses partidos, entretanto, não possuem muita relevância quando o assunto é a disputa nacional.
Sendo assim, é improvável que algum partido surja como uma terceira força nas eleições. Ainda que exista insatisfação com os partidos tradicionais, a disputa eleitoral acaba sendo entre candidatos dos dois partidos, ainda que eles surjam de uma vertente independente antes das primárias.
Curiosidades das eleições americanas
- O modelo de eleição foi definido pela Constituição dos Estados Unidos, em 1797. Isso porque cada Estado queria garantir seus direitos e os líderes não confiavam no povo, então escolheram delegados
- Caso nenhum candidato tenha maioria de votos, a Câmara de Representantes escolhe o novo presidente
- O mandato do presidente dos EUA dura quatro anos e ele só tem direito a uma reeleição, assim como no Brasil
- Para ser candidato, é preciso ter pelo menos 35 anos de idade, ter nascido nos EUA e viver lá por pelo menos 14 anos
Fontes: Uol Notícias, Super Interessante, InfoMoney, Terra, Mundo Educação
Imagem de destaque: Sputnik
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