Certamente, a mitologia egípcia, da qual Anúbis faz parte, é uma das mais antigas e mais famosas. De fato, ela possui diversos aspectos que levam as pessoas a se interessarem. Seja pelo povo da época, seja pela representação que os deuses tinham para as pessoas.
Portanto, a mitologia egípcia era um conjunto de diversos mitos, lendas e estórias que fizeram parte da cultura do Egito antigo até o surgimento do cristianismo. Ela era baseada no politeísmo, ou seja, o culto de diversos deuses. Portanto, cada culto era feito no templo dedicado a cada deus.
Suas lendas serviam como explicação para os eventos naturais que a ciência ainda não poderia explicar. Portanto, servia para a construção do imaginário egípcio.
Sua principal característica era o zoomorfismo, ou seja, formas de animais, ou antropomorfismo, que era a mistura da forma humana com a forma animal. Isso nos leva a conhecer Anúbis, o deus dos mortos.
Origem de Anúbis
Anúbis, também chamado de Anupo, é considerado o deus egípcio protetor, guardião e guia dos mortos. Portanto, ele auxilia no encontro dos mortos com Osíris. Ele, além disso, representava a mumificação e era considerado o senhor do embalsamento. Sobretudo, seu nome vem do grego Ἄνουβις (Anupu), no entanto, o povo egípcio o chamava de Inpw que significa abridor dos caminhos.
A princípio, a invenção do processo de mumificação é creditado à Anúbis. Inclusive, os antigos egípcios tinham a crença de que o mesmo estava em todas as seções de embalsamento, por conta de ser o guardião das técnicas utilizadas.
Representação de Anúbis
Como citado anteriormente, na mitologia egípcia os deuses eram antropomorfos ou zoomorfos. Anúbis é o caso. Ele é representado por um corpo humano com cabeça de chacal, ou por um chacal deitado. A escolha do chacal para o representar, no entanto, é por conta do animal viver próximo às necrópoles, locais onde ficavam as tumbas e eram sepultados os mortos. Sobretudo, ele costumava viver na região desértica ocidental do rio Nilo.
Além disso, em sua mão direita ele segura um cetro e na esquerda uma chave. Chave esta que representa a vida e a morte. Além disso, um dos símbolos de Anúbis é o chicote que ele carrega junto a si.
Em suma, o que explica isso é que, durante aquela época, os mortos eram enterrados em covas rasas. Portanto, para evitar a ação de saqueadores, cães e chacais eram usados como proteção.
É especulado que o culto à Anúbis tenha se iniciado entre os anos 3100 a.C. e 2686 a.C., na qual ainda era vigente ainda a primeira dinastia egípcia.
História de Anúbis
A história do deus Anúbis está descrita nos textos das pirâmides. No entanto, ela possui algumas versões:
Primeira versão
A primeira delas conta que Nut e Geb, deuses do céu e da terra respectivamente, tiveram quatro filhos, Osíris, deus da fertilidade e responsável por tudo que cresce no Egito, Ísis e Néftis, que eram as deusas da magia e Seth, o deus do caos.
Além disso, o principal deus do panteão egípcio era Ra, divindade que tinha ligação ao sol, o mesmo governava todo aquele mundo. No entanto, estava ficando cansado e velho. Sendo assim, Ra passou as coroas do Alto e Baixo Egito para seu bisneto Osíris. Todavia, com essa tarefa, houve o despertar da inveja do seu irmão mais novo, Seth. Sendo o deus da fertilidade, Osíris poderia ter filhos, diferente de seu irmão, que era casado com Néftis.
Ambos tiveram uma briga, a deusa teve uma ideia, se disfarçou de Ísis, sua irmã gêmea e esposa de Osíris, e foi ao encontro desse deus. No entanto, Néftis acabou engravidando, dando à luz a Anúbis, o que aumentou o ódio de Seth pelo seu irmão mais velho.
O ódio de Seth
Entretanto, Seth tomado pelo ódio fez com que seu irmão caísse em uma armadilha, trancou-o em uma caixa e o jogou no Nilo. Em seguida ao assassinato, Ísis, ao saber do que aconteceu, partiu em busca do corpo de Osíris, e acabou encontrando-o no palácio do rei da cidade de Biblos, na Fenícia. Voltou ao Egito e tentou, através de magia, ressuscitar o deus. Apesar disso, falhou. A deusa então escondeu Osíris em um pântano de papiro, e viajou a fim de aprender a magia necessária.
Entretanto, Seth encontrou o cadáver do irmão durante uma caça. Então, resolveu dividí-lo em quatorze partes que seriam espalhadas por todo o Egito. No entanto, com o auxílio de alguns deuses, Ísis foi em busca das partes de Osíris. Portanto, ao reuni-las, Ísis tentou novamente devolver-lhe a vida, mas sem êxito. Então, Anúbis ficou responsável pela guarda do corpo do pai, o embalsamou, transformando Osíris na primeira múmia. E é por conta dessa história que o povo egípcio aderiu a ideia de que era necessária a conservação do corpo para garantir a vida além-túmulo. Osíris embalsamado, portanto, tornou-se o soberano do outro mundo.
Segunda versão
No entanto, em outra versão, Osíris juntou-se com sua irmã Néftis e com ela teve um filho: Anúbis. Com ciúmes pela quantidade de terras que Osíris governava no Egito, seu irmão Set decide matá-lo.
Todavia, sua outra esposa-irmã, Ísis, consegue ressuscitá-lo e com a ajuda de Néftis e Anúbis embalsamam o corpo de Osíris. Em seguida, ao ser ressuscitado por Ísis, Osíris passa a viver no submundo. Sendo assim, ele fica encarregado de pesar o coração dos mortos e decidir seu destino.
Anúbis, então, ficou encarregado de preparar o ritual de morte e embalsamar os corpos. Além disso, ele ficou como o guia da alma dos mortos. Ele possuía alguns sacerdotes que o auxiliavam a embalsamar os corpos. Além disso, nesses rituais, seus auxiliares utilizavam máscaras de chacais, que viria a se tornar o símbolo de Anúbis.
Pena da verdade
Igualmente em ambas as versões, ocorria a chamada “pena da verdade”. Após a mumificação, o coração do morto era entregue a Anúbis, e da mesma forma que seu pai, ele pesava cada um. Ou seja, se o órgão fosse mais pesado que a pena, ele era levado para ser devorado por Ammit, o deus leão. Isso acontecia pois o coração estava cheio de maldade, por isso seu peso. No entanto, se o coração fosse mais leve, certamente ele estava repleto de bondade. Por conseguinte, ele era guiado por Anúbis até o mundo do além, onde governava seu pai, Osíris.
Anúbis casou-se com a deusa do funerais, Anput e com ela teve uma filha Kebechet, que tinha ligação ao líquido utilizado para embalsamar os corpos.
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Fontes: Info Escola; Museu Egípcio e Rosacruz; Toda Matéria¹; Toda Matéria².
Imagem de Destaque: Alto Astral.
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