A história do mundo já foi contada em diferentes mitologias ao redor mundo. Egípcios, gregos e nórdicos, por exemplo, ainda hoje inspiram histórias com suas mitologias originais. Além dessas, podemos citar a mitologia japonesa como uma de grande destaque.
Entretanto, os relatos dessa mitologia são espalhados em diversos livros, gerando muita controvérsia sobre as lendas. Sendo assim, a maioria dos contos pode ser classificados em dois conjuntos diferentes de mitologia.
As histórias contadas nesses compilados, então, são as referências base para definir os princípios mitológicos do Japão. Nessas obras, por exemplo, estão símbolos que determinam a origem dos japoneses e até mesmo da família imperial.
Versão Kojiki
Nesta versão da mitologia japonesa, o Caos existia antes de tudo. Sem forma, ele evoluiu até ficar transparente e límpido, originando a Planície dos Céus Elevados, Takamagahara. Aí, então, acontece a materialização da divindade dos céus, Deidade do Augusto Centro do Céu (Ame no Minaka Nushi no Mikoto).
Dos céus, surgem outras duas divindades que irão compor o grupo das Três Deidades Criadoras. São elas Elevada Augusta Deidade Produtora de Maravilhas (Takami Musubi no Mikoto) e Divina Deidade Produtora de Maravilhas (Kami Musubi no Mikoto).
Ao mesmo tempo, o solo também está passando por transformações. Ao longo de milhões de anos, então, o planeta que era como uma mancha de óleo flutuante, começa a ganhar Terra. Nesse cenário, surgem dois novos seres imortais: a Deidade Príncipe Primogênito do Agradável Jorro do Tubo (Umashi Ashi Kahibi Hikoji no Mikoto) e Deidade Celestial Eternamente Pronta (Ame no Tokotachi no Mikoto).
A partir dos cinco deuses, várias outras divindades começaram a surgir, mas foram as duas últimas que teriam criado o arquipélago japonês: Aquele que é convidado ou Divindade Sagrada da Calma (Izanagi no kami) e Aquela que convida ou Ondas da sagrada Divindade (Izanami no kami).
Versão Nihongi
Na segunda versão, o céu e a terra também não estavam separados. Isso porque eles simbolizavam o In e Yo, uma espécie de correspondentes do Ying e Yang na mitologia japonesa. Assim, os dois representam forças que eram opostas, mas também se completavam.
Segundo os registros do Nihongi, esses conceitos complementares eram caóticos, mas contidos numa massa. Para tentar compreender o conceito, é como se fosse a mistura caótica da clara e da gema, limitada pela casca do ovo. A partir do que seria a parte clara do ovo, então, surgiu o Céu. Logo após a formação do céu, a parte mais densa se assentou sobre as águas e formou a terra.
O primeiro deus, Eterno suporte terreno das coisas majestosas (Kuni toko tachi), apareceu de uma forma misteriosa. Ele surgiu entre o céu e a terra e foi responsável pelo surgimento das outras divindades.
Principais deuses da mitologia japonesa
Izanami e Izanagi
Os deuses são irmãos e considerados os mais importantes criadores. De acordo com a mitologia japonesa, eles utilizaram uma lança decorada com joias para criar a terra. A lança conectava o céu com os mares e agitava as águas, fazendo com que cada gota que caísse da lançasse formasse uma das ilhas do Japão.
Amaterasu
A deusa do sol é considerada a mais importante para alguns xintoístas. Isso pode ser percebido, por exemplo, na suposta ligação que o imperador japonês tem com a deusa. Amaterasu é a deusa do sol e é responsável pela luz e pela fertilidade do mundo.
Tsukuyomi e Susanoo
Os dois são irmãos de Amaterasu e representam a lua e a as tempestades, respectivamente. Entre os dois, Susanoo é o que recebe mais destaque na mitologia, com aparição em diversas lendas importantes.
Inari
Inari é um deus que está relacionado a uma série de valores e hábitos dos japoneses. Por causa disso, portanto, é possível dizer que ele é o deus de tudo que é importante, como arroz, chá, amor e sucesso. De acordo com a mitologia, as raposas são mensageiras de Inari, o que justifica oferendas aos animais. Apesar do deus não ser tão presente nos mitos, ele é importante por estar diretamente ligado ao cultivo de arroz.
Raijin e Fujin
O par de deuses costuma se representado lado e lado e é muito temido. Isso porque Raijin é o deus dos trovões e tempestades, enquanto Fujin representa o vento. Dessa maneira, os dois estão conectados aos furacões que assolaram o Japão por séculos.
Hachiman
Hachiman é um dos nomes mais populares de toda a mitologia japonesa, já que ele é o patrono dos guerreiros. Antes de se tornar deus, ele era o imperador Ôjin, que destacou pelo seu extenso conhecimento militar. Foi só depois que o imperador morreu que ele teria se tornado deus e sido incluído no panteão do xintoísmo.
Agyo e Ungyo
Os dois deuses são frenquentemente encontrados na frente de templos, uma vez que são os guardiões de Buda. Por causa disso, Agyo é representado com dentes a mostra, armas ou punhos cerrados, simbolizando a violência. Por outro lado, Ungyo é a força e costuma estar de boca fechada e mãos livres.
Tengu
Em várias mitologias é possível encontrar animais que assumem forma humana, e no Japão não seria diferente. O Tengu é um monstro pássaro que já foi considerado inimigo do budismo, já que corrompia monges. Entretanto, eles agora são encarados como protetores de locais sagrados em montanhas e florestas.
Shitenno
O nome Shitenno se refere a um conjunto de quatro deuses protetores. Inspirados no hinduísmo, eles estão ligados às quatro direções, aos quatro elementos, às quatro estações e às quatro virtudes.
Jizo
Jizo é tão popular que existem mais de um milhão de estátuas do deus espalhadas pelo Japão. De acordo com a mitologia, ele é guardião das crianças, então pais que perdem seus filhos carregam a tradição de doar as estátuas. As lendas diziam que crianças que morriam antes dos pais não podiam cruzar o rio Sanzu e chegar ao pós-morte. No entanto, Jizo escondia as crianças em seus mantos e guiava cada uma delas pelo caminho.
Fontes: Hipercultura, Info Escola, Mundo Nipo
Imagens: Japanese Heroes, Mesosyn, Made in Japan, All About Japan, Coisas do Japão, Kitsune of Inari, Susanoo no Mikoto, Ancient History Encyclopedia, Onmark Productions
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