quarta-feira, 13 de maio de 2020

Clássicos da literatura – 19 sugestões atemporais de leitura

A literatura guarda histórias e permite que a imaginação possa voar livremente. Ela é a responsável por documentar o passado, registrar o presente e ajudar a criar um futuro melhor – como toda boa forma de arte. Acima de tudo, são os clássicos da literatura que permitem aos autores o poder da atemporalidade, registrando dilemas humanos primordiais, em um recorte especial de tempo e espaço.

Primeiramente, quando você lê o termo “clássicos da literatura universal”, não precisa ficar assustado. Apesar do nome pomposo, ele não é tão inascível assim. Apesar de uma escrita mais rebuscada e, provavelmente, de uma época e região distante da sua realidade, ele tornou-se clássico, exatamente, por explorar temas essências do ser humano.

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Quando você coloca um filtro de sátira e ironia para encarar a vida e seus problemas, por exemplo, certamente tem potencial para se identificar com a escrita de Machado de Assis. Em contraste, se possui uma vertente existencialista nas veias, provavelmente não vai se decepcionar com o francês Albert Camus. Se tem uma queda pela tragédia, William Shakespeare é para você.

Em resumo, existem inúmeros tipos de livros clássicos, e alguns deles, com certeza, irão te alcançar, mesmo que você ainda não tenha contato com esse universo.

Por fim, o Segredos do Mundo separou algumas sugestões de clássicos da literatura que você pode ler, aumentando ainda mais o seu arsenal literário.

Clássicos da literatura

Mesmo que você nunca tenha lido um dos livros clássicos da literatura, se dê uma chance de conhecer alguns desses títulos mundialmente famosos. Em compensação, nesse meio tempo, expanda ainda mais o seu catálogo literaterário.

1 – Odisseia (Século 8 a.C.)

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Primeiramente, abrindo a lista, a história escrita por Homero é um dos maiores clássicos da literatura ocidental. Sua história retrata um poema feito na Grécia Antiga, Naquela época, versos da tradição oral foram transcritas para o papel. Apesar disso, a existência de Homero ainda é duvidosa, assim como a data também. Entretanto, acredita-se que foi escrita entre 8 a.C. e 9 a.C.

Em Odisseia, vemos as aventuras de Ulisses, rei de Ítaca ao retornar para casa. Ele havia passado 10 anos lutando na guerra de Troia. Algumas de suas aventuras são completamente inesperadas. Todas elas envolvem mitologia grega, como ciclopes, sereias e afins.

Além disso, uma curiosidade é que o nome do personagem principal é Odisseu, que quando traduzido para a língua latina, tornar-se Ulisses. Por fim, Odisseia é o segundo livro escrito por Homero. O primeiro é Ilíada.

2 – A Divina Comédia (1321)

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Para conquistar o 2° lugar entre os clássicos da literatura, não poeria ser outro que não A Divina Comédia, de Dante Alighieri. Primeiramente, trata-se de um livro do período renascentista, onde a Europa passava por uma onda cultural de buscar e ressignificar o próprio passado.

Além disso, é um clássico italiano absoluto. Foi originalmente escrito em florentino e, posteriormente, traduzido para outras línguas.

A obra é um poema, com mais ou menos 100 cantos em 140 versos. Nelas, são contadas a história de Dante e sua passagem pelo paraíso, purgatório e inferno. Portanto, o tema principal da história é a conversão de um pecador ao caminho de Deus.

Por fim, o título original do livro era apenas Comédia. Entretanto, em 1555, Ludovico Dolce acrescentou “Divina” para publicar sua edição veneziana.

3 – Decamerão (1353)

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Escrita por Giovanni Boccaccio, Decamerão é uma das grandes vozes do renascimento italiano. Em suma, é uma obra  exaltando o amor carnal, em um período onde isso não era tão comum (escancaradamente).

Centralizada em Toscana, no século XIV, a história apresenta dez jovens. Todos eles se mudaram para uma montanha, como forma de escapar da disseminação da peste negra. No entanto, como forma de passar o tempo, eles passam a contar histórias.

Sua obra, depois de finalizada, sofreu grandes críticas da igreja Católica. Apesar disso, Giovanni apenas ignorou os comentários.

4 – Romeu e Julieta (1595)

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Sem dúvida, Romeu e Julieta é uma das obras mais famosas da história ocidental. Ela foi escrita por ninguém menos que William Shakespeare. A trama gira em torno da trágica história de amor entre Romeu e Julieta, se passando em Verona, na Itália.

Romeu e Julieta possui tanto sucesso, que já foi adaptado diversas vezes para o cinema, peças de teatro, séries ou novelas. Em alguns casos, a história foi uma forte inspiração para a realização dos projetos posteriores, tendo algumas diferenças mínimas.

Hoje, existem controvérsias sobre a romantização da história, que envolve passagens pesadas. Ainda assim, é um clássico imortal que vale a pena ser lido e explorado pelo leitor.

5 – Os Lusíadas (1572)

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Primeiramente, essa obra foi escrita por Luís de Camões. Considerada uma das obras mais importantes da literatura portuguesa, seus dez cantos contam sobre a força e coragem da tripulação lusitana.

Os Lusíadas foi inspirado em outras obras clássicas. Uma delas, Odisseia, se encontra aqui na lista dos clássicos da literatura.

Luís de Camões não foi só um grande poeta, como também era um soldado e participou de várias batalhas, perdendo um olho em uma delas. Por fim, seu reconhecimento como escritor veio somente após sua morte, em 1580.

6 – Dom Quixote de la Mancha (1605)

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Certamente esse clássico espanhol, escrito por Miguel de Cervantes, é reconhecido mundo afora. Sua história é dividida em dois volumes, em forma de ficção em prosa. As aventuras de Dom Quixote e Sancho Pança são extremamente conhecidas e, nesse meio tempo, alimentou o imaginário da cultura ocidental.

É considerado, por muitos escritores, como o melhor livro de todos os tempos. Houve um intervalo de dez anos entre os lançamentos dos dois volumes da história de Dom Quixote. Isso porque o autor, Cervantes, não estava pensando em publicar a segunda parte.

7 – Orgulho e Preconceito (1813)

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A história foi escrita por Jane Austen e acontece no começo do século XIX. Longbourn, no interior da Inglaterra, é o centro da história e, dessa forma, são contadas vários tipos de questões relacionadas a sociedade, cultura, finanças e educação da aristocracia inglesa.

Ganhou adaptações cinematográficas no decorrer dos anos, algumas inusitadas e bem diferentes, como Orgulho, Preconceito e Zumbis (2016). Quando lançada, foi considerada a frente de seu tempo, onde a escritora Austen visava um futuro igualitário em questões de gênero e oportunidades.

8 – Moby Dick (1851)

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Escrito por Herman Melville, a história retrata Ismael, um jovem marinheiro que tem o sonho de caçar baleias, em específico, Moby Dick. Esta, uma baleia branca que arrancou sua perna, em algum momento do passado do protagonista.

A história tem seus pés na realidade. Realmente existiu uma baleia albina, que destruía todos os barcos que passavam pelo seu caminho. Ela vivia próximo da costa do Chile, e dizem que sua aparência não era das melhores. Ela acumulava várias cicatrizes em sua cabeça.

A baleia escapou de mais de cem armadilhas feitas para matá-la. Na década de 1830, ela finalmente foi morta pelos marinheiros, que usaram sua carcaça para produzir barris de óleo e âmbar-cinzento.

9 – Crime e Castigo (1866)

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Finalmente Crime e Castigo, romance russo, escrito por Fiódor Dostoiévski. A trama acompanha Ródion Ramanovich Raskolnikov, estudante residente de Pitsburgo que acredita que existem pessoas “superiores” e “inferiores”. Enquanto as primeiras são essenciais para o evolução do mundo (ele usa Napoleão como exemplo), outras só trazem problemas, e são descartáveis.

Ainda no inicio da trama, o protagonista acaba cometendo um assassinato, seguindo sua crença de que pessoas inferiores não fazem a menor falta ao mundo. O problema, é que sua consciência não contava que ele precisaria matar uma segunda pessoa. Neste momento, ele precisa fugir da investigação policial e das próprias indagações. No fim, quem pode julgar quem é superior ou inferior na sociedade?

A história foi escrita no contexto da política russa da época. Além disso, o niilismo, corrente de pensamento filosófico explorada no livro, fala sobre os valores que são criados pelos próprios homens.

Por fim, apesar de exigir uma certa dose de atenção (nomes russos são difíceis de serem memorizados), vale completamente a pena ler Crime e Castigo. Talvez ele se torne uma das melhores experiências da sua vida.

10 – Dom Casmurro (1899)

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Dom Casmurro é a mais popular obra de Machado de Assis. O clássico, narrado em primeira pessoa, pelo protagonista Bentinho, mostra sua infância, juventude e vida adulta ao lado do seu grande amor, Capitu, e sua eterna suspeita de que está sendo traído. Acima de tudo, é um livro que fala sobre ciúmes e obsessão (ou seria apenas sobre traição?).

Ao longo do tempo, ninguém nunca conseguiu responder, de fato, a grande pergunta deixada pelo livro: Capitu traiu, ou não, Bentinho? Independente da sua interpretação e raciocínio ao final da obra, vale a pena explorar essa e qualquer outra obra escrita pelo nosso eterno Assis.

11 – A Metamorfose (1912)

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Metamorfose foi escrito pelo austro-húngaro Franz Kafka. A história mostra a transformação do caixeiro viajante, Gregório, em um inseto monstruoso. Acima de tudo, é uma obra metafórico que possui muito mais profundidade do que a primeira vista.

12 – Em Busca do Tempo Perdido (1913)

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Em Busca do Tempo Perdido foi escrito pelo francês Marcel Proust. Quando percebeu que sua história (única escrita pelo autor) era extremamente grande, acabou dividindo-a em sete volumes. Marcel, o protagonista, é retratado ao longo de milhares de páginas. Basicamente, sua história para se tornar escritor é contada, com muitos lampejos de lirismo e descrições.

Mesmo com sete volumes, trata-se de uma unica história, com mais de três mil páginas. Os últimos três volumes foram publicados postumamente, ou seja, depois que Proust havia falecidos. Ele escreveu a história em 1908, 1909 e 1927, e suas publicações aconteceram em 1913 e 1927.

13 – O Estrangeiro (1942)

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O Estrangeiro foi escrito pelo francês Albert Camus. Sr. Meursault é uma pessoa comum, contudo, tem sua vida transformada após cometer um assassinato feito por impulso. O livro teve uma adaptação cinematográfica, de mesmo nome, sendo lançado em 1967, feito por Luchino Viscontti.

Milhões de pessoas já leram a história e afirmaram ser uma reflexão incisiva sobre até onde a condição humana pode chegar e, ao mesmo tempo, como a justiça social funciona.

Por fim, é mais um exemplo de história atemporal. Mesmo escrita há tanto tempo, continua sendo extremamente relevante.

14 – O Pequeno Príncipe (1943)

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Continuando com os clássicos da literatura, inegavelmente a história contada por Antoine de Saint-Exupéry faz parte dessa gama. Voltada para o público infantil, O Pequeno Príncipe é um dos livros mais vendidos do mundo.

O real valor das coisas e conexões que fazemos é, inegavelmente, o tema principal abordado nessa história. Encantando adultos e crianças, tentar descrever a sinopse dessa obra seria muita pretensão.

15 – Lolita (1955)

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O escritor russo Vladimir Nabokov conta a história do personagem Humbert. Conforme ele conhece Dolores, uma adolescente, acaba se atraindo por ela.

Esta não é uma história de amor. Na verdade, retrata os abusos que Dolores sofre por parte de Humbert. Porém, ele é quem narra a história, fazendo com que a experiência seja totalmente tendenciosa.

Suas muitas adaptações no cinema e músicas hollywoodianas deixaram as coisas complicadas, mascarando o que realmente a história conta. Todavia, é um clássico russo e, caso desperte interesse, vá fundo na história para entender melhor.

16 – Ensaio Sobre a Cegueira (1955)

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A história escrita por José Saramago fala primordialmente sobre um surto de cegueira branca, que se expande em uma cidade. Acima de tudo, é uma história metafórica, onde o leitor é convidado a acompanhar o quanto o ser humano se limita em suas próprias ações. Todas elas guiadas pelo seu ponto de vista, ou mesmo “cegueira”.

Seu nome, Ensaio Sobre a Cegueira, retrata o mundo da época em que foi escrito. Certamente não é muito diferente do atual. Este é mais um grande exemplo dos clássicos da literatura.

17 – O Jogo da Amarelinha (1963)

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O escritor argentino Julio Cortázar é o responsável por O Jogo da Amarelinha. Em suma, o grande diferencial dessa grande obra latino americana é que seu protagonista, Horácio Oliverira, pode ser acompanhado de diversas maneiras. Ou seja, da mesma forma que você pode ler o livro do primeiro capítulo ao último, de forma contínua, você também pode escolher outras possibilidade não-lineares de acompanhar os capítulos.

Primeiramente, ele escreveu algo em torno das quarenta páginas, notando que, provavelmente, estava escrevendo um conto. Ele então volta para o início e detalha ainda mais os acontecimentos escritos. Apesar de ter nascido de uma inspiração momentânea, lhe rendeu uma vaga entre os clássicos da literatura.

18 – Cem Anos de Solidão (1967)

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Provavelmente, você nunca irá encontrar uma lista de melhores clássicos da literatura sem o colombiano Garbiel García Márquez. Ele ganhou o prêmio Nobel de Literatura, em 1982, por Cem Anos de Solidão. Sua história fala sobre uma cidade imaginária criada por José Arcadio Buendia. A narração é, então, composta pela sucessividade de sua família ao decorrer de várias gerações. Para ser mais exato, 100 anos.

É a segunda obra mais importante da literatura hispânica, ficando atrás apenas de Dom Quixote de la Mancha.

Uma história extremamente inteligente e, também, sensível, sendo contada através do tempo. Mostrando de forma ficcional, sobretudo, acontecimentos históricos como o surgimento do telefone. Além disso, o nascimento e a morte das pessoas daquela família, que certamente aprendemos a amar, expõe a solidão daqueles que vivem a margem do “desenvolvimento latino americano”.

19 – A Hora da Estrela (1977)

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Fechando a lista dos clássicos da literatura, por fim, temos Clarice Lispector, uma das maiores escritoras da literatura brasileira. Em suma, aqui temos a história de Macabéa. Nascida em Alagoas, a órfã se muda para viver no Rio de Janeiro.

Apesar disso, engana-se quem acha que esta pérola da literatura nacional se resume às desventuras de uma nordestina na cidade maravilhosa. Com muita sensibilidade, somos convidados a refletir sobre desigualdade social, realidade brasileira e, acima de tudo, destino e o poder (ou não) das escolhas.

Além disso, o livro conta com um narrador que também é um personagem. Ele, por sua vez, conta a história da personagem principal (Macabéa).

Por fim, este foi o último livro publicado pela autora. Clarice acabou falecendo de câncer, no dia 9 de dezembro de 1977, mesmo ano do lançamento desta obra prima.

E então? Gostou da matéria? Confira também: 120 livros para ler antes de morrer (e se maravilhar com a literatura)

Fontes: Cultura genial, Brasil Escola, Cultura genial, Uma dose de cacto, Toda matéria, Toda matéria, Super Abril, Lombada quadrada, Medium, Aventuras na história, Folha, Guia do estudante, Justificando, Companhia das letras, Medium, Fala Universidades, Folha, Infoescola, Guia do estudante

Imagens: Super abril, Thais Queiroz, Medium, Cpanel, Notícias ao minuto, UOL, Coisas de mineira, Magazine Luiza, Lovely place, Literarum, Farofa filosófica, Tu já viu, Garampo literário, Amora literária, Flávia Santos, Blasting news, YouTube, Viajando com papel e tinta, Meu universo particular, Guia do estudante

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