sábado, 4 de abril de 2020

Pau-brasil – Origem do nome, história e curiosidades

Certamente você já ouviu falar ao menos uma vez de pau-brasil. A árvore foi o primeiro recurso natural explorado pelos portugueses assim que chegaram por aqui, no descobrimento, no século XVI. A exploração, que acontecia por meio do escambo com indígenas, foi tão importante que acabou gerando o nome do nosso país.

O pau-brasil, ou Paubrasilia echinata, pode ter de 10 a 15 metros de altura e foi extremamente abundante na Mata Atlântica. Com um tronco cinza-escuro relativamente fino, a árvore foi explorada principalmente por gerar uma tinta vermelha muito utilizada na coloração de tecidos.

A princípio, era chamado de ibirapitanga. Isso porque “ybirá” significa “árvore” e “pintanga” representa “vermelho”, em tupi-guarani. Para os colonizadores, a árvore se chamava bersil, sinônimo de brasa. Além de ser chamada de pau-brasil, ela também ganhou nomes como como pau-vermelho, pau-de-pernambuco, arabutã, ibirapitã, muirapiranga, orabutã, pau-rosado e pau-de-tinta.

História

Pau-brasil - história e curiosidades sobre a árvore que deu nome ao país
R7

Além de ser comercializado por causa do corante utilizado para tingir tecidos, o pau-brasil tinha outras utilidades. A árvore podia ser utilizada para construir objetos variados, como móveis e caixas. Assim, foi vista como potencial mercadoria de exportação para a Europa. Rapidamente, a exploração teve início.

A primeira pessoa autorizada a explorar a madeira foi Fernão de Loronha, ou Fernando de Noronha. Em 1501, ele ganhou direito de explorar o território e logo ganhou domínio da ilha de São João. A ilha é a mesma conhecida atualmente pelo nome do explorador. Logo após conquistar a capitania, também ganhou o direito de explorar a árvore.

A primeira exportação de pau-brasil para Portugal, entretanto, só foi registrada dez anos depois. Em 1511, cinco mil toras da árvore foram exportadas no navio Bretoa. No mesmo ano, a autorização de Fernão de Loronha foi transferida para Jorge Lopes Bixorda. Dois anos depois, a autorização foi ampliada para todos interessados, mas com uma condição. Agora, quem explorasse a madeira devia pagar 20% de impostos à Portugal.



Exploração de pau-brasil

Pau-brasil - história e curiosidades sobre a árvore que deu nome ao país
Escola Kids

Antes do processo de colonização do Brasil ser iniciado, na década de 1530, os portugueses focavam na exploração da terra. Na época, eles ocupavam apenas o litoral e atuavam por meio de feitorias. A princípio, as feitorias foram instauradas em Cabo Frio, Porto Seguro e Igarassu (atual Pernambuco).

As árvores de pau-brasil, entretanto, não eram encontradas umas próximas às outras. Dessa maneira, os portugueses contratavam indígenas para que eles encontrassem e derrubassem as árvores. Uma vez que eles eram nativos, tinham muito mais conhecimento do território e conseguiam localizá-las com maior facilidade.

Alguns povos indígenas, no entanto, tinham relações hostis com os portugueses. Para complicar ainda mais, os exploradores enfrentavam franceses que queriam contrabandear pau-brasil. Para isso, expedições como a de Paulmier de Gonneville, em 1503, negociavam com indígenas a fim de também obter lucro com a descoberta recente.

Nome

Pau-brasil - história e curiosidades sobre a árvore que deu nome ao país
Estadão

Existem várias teorias e hipóteses sobre o surgimento do nome pau-brasil. Apesar disso, atualmente existe um consenso que diz que “brasil” é uma referência à resina avermelhada encontrada na madeira. Segundo as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starlin, o termo vem do latim brasilia, que significa vermelho, ou cor de brasa.

A partir de 1512, o nome da madeira começou a ser utilizado para se referir ao território recém descoberto. Com a mercadoria chegando oficialmente na Europa, o termo ganhou força e, mais tarde, se tornou o nome oficial do país.

De acordo com historiadores, na Europa medieval, já havia uma árvore conhecida por nomes como brecilis e brezil. A árvore era semelhante ao pau-brasil, mas originária da Ásia. Assim como a nossa madeira, essa também era utilizada para tingir tecidos ainda nos séculos XII e XIII.

Curiosidades

Pau-brasil - história e curiosidades sobre a árvore que deu nome ao país
Ambiente Legal

Extinção: Em 1928, acreditava-se que o pau-brasil já não existia no país, com crescimento espontâneo. Apesar disso, um estudante encontrou uma árvore que deu origem a Estação Ecológica da Tapacurá, atualmente administrada pela Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Pena de morte: Por volta dos anos 1700, cortar árvores de pau-brasil podia gerar pena de morte. Ainda que o crime fosse grave, muita gente negociava a planta por cerca de 240 réis o quintal (unidade de peso equivalente a aproximadamente 60 kg).

Dia nacional: Em 1978, o pau-brasil foi declarado patrimônio nacional, com a Lei nº 6.607. Além disso, a lei determinada que o dia 3 de maio seria dia oficial da árvore, única protegida em todo o país. Mais tarde, houve uma tentativa de fazer o mesmo com o ipê-amarelo, mas não foi aprovada.

Saúde: Um estudo da Universidade Federal de Pernambuco ainda em andamento analisa a atuação de compostos da árvore em determinados tipos de tumores. Em testes com ratos, houve redução de até 87% de incidência das condições.

Violino: Em 1775, François Tourte criou o primeiro arco de violino com a madeira da árvore. Até hoje, acontece a exportação para Alemanha, França e EUA, onde se fabricam instrumentos que podem custar até 10 mil dólares.

Fontes: Brasil Escola, Mega Curioso

Imagem de destaque: Estudo Kids

Essa matéria Pau-brasil – Origem do nome, história e curiosidades foi criada pelo site Segredos do Mundo.


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