terça-feira, 14 de abril de 2020

Yom Kipur – História e significado por trás do dia do perdão

Primeiramente, o Yom Kipur é o Dia da Expiação, o qual é declarado no Torá. “No décimo dia do sétimo mês afligirás tua alma e não trabalharás, pois, neste dia, a expiação será feita para te purificar; perante a Deus serás purificado de todos teus pecados”. Em suma, todos são obrigados a se arrepender e a confessar os erros em Yom Kipur.

Assim, Yom Kipur é o dia mais sagrado do ano. De tal forma que é o dia no qual estamos mais perto de D’us e da quintessência de nossas almas. É o Dia da Expiação. “Pois neste dia Ele te perdoará, te purificará, para que sejas purificado de todos os teus pecados perante D’us” (Levítico 16:30).

Assim, durante quase vinte e seis horas – vários minutos antes do pôr do sol em 9 de Tishrei até o cair da noite em 10 de Tishrei – “afligimos nossas almas”. Assim, abstêm-se de comida e bebida, não lava-se nem unta o corpo, não usa calçados de couro, e se abstêm de relações conjugais. Em vez disso o tempo é passado em preces a D’us.

Conheça mais sobre esse dia tão sagrado para diversas pessoas no mundo todo.

Significado de Yom Kipur

Após o pecado do bezerro de ouro, Moshê (Moisés) rezou e, no dia dez do mês hebraico de Tishrei, D’us concedeu pleno perdão ao povo judeu.

Yom Kipur é o Dia da Expiação, sobre o qual declara a Torá: “No décimo dia do sétimo mês afligirás tua alma e não trabalharás, pois neste dia, a expiação será feita para te purificar; perante D’us serás purificado de todos teus pecados.”

Esclarecendo a natureza de Yom Kipur, o Rambam escreve: “É o dia de arrependimento para todos, para o indivíduo e para a comunidade; é o tempo do perdão para Israel. Por isso todos são obrigados a se arrepender e a confessar os erros em Yom Kipur.”

A expiação obtida através de Yom Kipur é muito mais elevada que aquela conseguida através do arrependimento, pois neste dia os judeus e D’us são apenas um. O judeu une-se com D’us para revelar um vínculo intocável pelo pecado, sem obstáculos.

Teshuvá, o retorno do judeu ao bom caminho, não está restrito apenas a Yom Kipur. Há muitas outras épocas que são propícias para que isto ocorra, e na verdade, um judeu pode, e deve, ficar em estado de reflexão, alerta e arrependimento todos os dias do ano.



A obtenção do perdão

Yom Kipur - História e significado por trás do dia do perdão
JW.ORG

Os Rabis afirmam que a pessoa deve primeiro arrepender-se, e então obterá a expiação especial de Yom Kipur (que é infinitamente mais elevada que aquela conseguida apenas pela teshuvá).

Mas como Yom Kipur consegue isto? A expiação não é meramente a remissão da punição pelo pecado; significa também que a alma de um judeu é purificada das máculas causadas pelo pecado. Além disso, não apenas nenhuma impressão das transgressões permanece, como as transgressões são transformadas em méritos.

Que isto possa ser atingido através de teshuvá é compreensível; um judeu sente genuíno remorso pelas falhas cometidas erradicando o prazer que extraiu dos pecados.

Sua alma é então purificada. O próprio pecado deve ser visualizado como uma contribuição ao processo de teshuvá.

Uma transgressão separa a pessoa de D’us. O sentimento de ser afastado de D’us age como um lembrete para o retorno, para estabelecer um vínculo mais intenso com o Criador.

O que é a expiação obtida através de Yom Kipur? Se a expiação significa apenas a remissão da punição, seria compreensível que “o próprio dia” pudesse abolir a punição que de outra forma seria devida pelos pecados de alguém através do ano.

Mas a expiação, como dizemos, significa também a purificação das manchas da alma. Como pode “o próprio dia,” sem a força transformadora de teshuvá, atingir este ponto?

Três níveis no vínculo de um judeu com D’us

O pecado afeta o vínculo de um judeu com D’us, e há três diferentes níveis neste vínculo:

– O relacionamento estabelecido por um judeu através do cumprimento das mitsvot: a aceitação do jugo celestial por parte do judeu e sua prontidão em seguir as diretivas de D’us estabelecem um vínculo entre ele próprio e D’us.

– Uma conexão íntima, mais profunda que a primeira. Como este vínculo transcende aquele forjado pela aquiescência com a vontade de D’us, permanece válido mesmo quando alguém transgride aquela vontade e por causa disso prejudica o primeiro nível do relacionamento, que a teshuvá tem o poder de purificar as manchas na alma, causadas pelo pecado – o que enfraqueceu o nível inferior da conexão.

– O vínculo unindo a essência de um judeu com a Essência de D’us. Isto não é restrito a nenhum vínculo, e transcende toda a expressão humana. Ao contrário dos dois anteriores, este relacionamento não pode ser produzido pelo serviço do homem a D’us, mesmo o serviço de teshuvá, pois as ações do homem, não importa quão elevadas, são inerentemente limitadas. Pelo contrário, este é um vínculo intrínseco à alma judaica, que é “uma parte do D’us acima” – e neste nível, o judeu e D’us são completamente um só.

Como este vínculo transcende todos os limites, não pode ser afetado pelas ações do homem. Assim como não pode ser produzido pelo serviço do homem a D’us, da mesma forma não pode ser prejudicado pela omissão do serviço ou através do pecado. Pecados e máculas não podem tocar este nível.

A unidade entre o judeu e D’us

Em Yom Kipur, este vínculo entre a essência de um judeu e a Essência de D’us revela-se em cada judeu – e por isso todas as manchas em sua alma causadas pelos pecados são automaticamente removidas.

Esta é a diferença entre a expiação de Yom Kipur e aquela de qualquer outra época. Na última, o pecado causa manchas na alma, e por isso a pessoa deve trabalhar ativamente para conseguir a expiação – arrependendo-se, o que produz um relacionamento mais profundo entre o homem e D’us. A maior expiação de Yom Kipur, entretanto, vem com a revelação de um vínculo tão elevado que, em primeiro lugar, nenhuma mancha pode ocorrer.

Este conceito é expresso no serviço de Yom Kipur do Cohen gadol, o Sumo Sacerdote, que representava todo o judaísmo. Um dos momentos mais importantes daquele serviço era sua entrada no Santo dos Santos, sobre o qual a Torá diz: “Nenhum homem deve estar no Ohel Moed quando ele entra para fazer expiação.” O Talmud comenta que isto se refere até mesmo aos anjos. Ninguém, homem ou anjo, poderia ficar no Santo dos Santos naquela hora, pois o serviço de Yom Kipur é a revelação da unidade essencial entre os judeus e seu Criador. Apenas o judeu e D’us estão lá – sozinhos.

Revelação da essência do judeu

Yom Kipur - História e significado por trás do dia do perdão
Representação de um templo sagrado judeu – Chabad

Tal revelação é possível não apenas no Templo Sagrado, através do Cohen Gadol, mas para todo judeu em suas preces de Yom Kipur. Este é o único dia do ano que tem cinco serviços de prece, correspondendo aos cinco níveis da alma.

Na última prece do serviço, Ne’ilah, o quinto e mais elevado nível da alma é revelado, um nível que é a quintessência da alma. “Ne’ilah” significa “trancar”, indicando que naquela hora os judeus estão trancados sozinhos com D’us. A essência de um judeu é mesclada e unida à essência de D’us.

Yom Kipur, então, é um dia no qual não existem fatores externos, quando apenas a essência do judeu espalha seu brilho.

Teshuvá pode erradicar o pecado e as manchas na alma; Yom Kipur transcende inteiramente o conceito de pecado e arrependimento. Assim, por isso traz uma expiação mais elevada que em qualquer outra época.

Yom Kipur hoje

Como o judeu observa o dia mais temível na atualidade? Este acontecimento é de tal importância na comunidade judaica que denomina-se os dez dias entre Rosh HaShaná e o Yom Kipur como Yamim Noraim: “dias temíveis”.

Para o judeu piedoso, o Yom Kipur é um dia temível. Isso porque representa a decisão entre a morte e a vida eterna.

Em face disso os judeus afligem sua alma com jejum total: “Sábado de descanso vos será; então afligireis as vossas almas; aos nove do mês à tarde, de uma tarde a outra tarde, celebrareis o vosso sábado” (Lv.23:32).

Os meninos jejuam a partir dos treze anos. Assim, as meninas a partir dos doze. No entanto, as crianças menores ficam sem guloseimas (sobremesa).

O que é proibido?

Assim, segundo o Talmud, há cinco proibições no Yom Kipur:

– comer e beber;

– lavar-se de forma que gere deleite, portanto, é preciso cuidar bastante de não lavar além do necessário;

– passar óleo, creme, perfume ou maquiagem;

– calçar sapatos de couro (embora seja permitido calçar calçado de borracha, de palha ou de pano);

– ter relações sexuais.

Além, é claro, de tudo que já é proibido no Shabat.

A roupa

Yom Kipur - História e significado por trás do dia do perdão
Diário Contrapeso

Os homens devem vestir o Kitel (robe branco); e o Talit (manto de oração – Nm.15:22-31). As mulheres vestem roupas brancas.

Ofício religioso

A celebração de Yom Kipur na sinagoga envolve uma série de ritos como o Kól Nidrê. Assim, essa que é uma linda prece cantada, pela qual se declara a nulidade de todas as promessas ou votos pessoais. Esses que foram feitos durante o ano e não foram cumpridos.

Profere-se também as bênçãos sobre os filhos: Deus te faça como a Efraim e como a Manassés (Gn.48:20). E, posteriormente, a benção dos sacerdotes (Nm.6:24-26).

Realiza-se o Al-Chêt (uma confissão dos pecados que possamos ter cometido, consciente ou inconscientemente, no decorrer do ano), onde toda a comunidade de Israel, juntamente, implora o perdão a Deus.

A última parte do cerimonial de Yom Kipur chama-se Neilá, que consiste na oração de encerramento. Nesta parte final intercala-se o toque do Shofar, soado em lembrança do que ocorreu na outorga da Torá (Êx.19:13), com o Shemá Israel, que é recitado em meio à oração: “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR” (Dt.6:4).

Sendo, como é, “O Sábado dos Sábados”, Yom Kipur se despede também com uma Havdalá, cerimônia com que se finaliza a celebração do sábado [Yom Kipur] em louvor a Deus por ter diferenciado entre a santidade do dia do sábado e os dias da semana. Com o encerramento do Yom kipur deve-se comer, beber e se alegrar.

Sem templo para o Yom Kipur

Desde o ano 70 D.C., os judeus estão sem o templo de Jerusalém e, portanto, impossibilitados de realizar os sacrifícios.

Primeiramente, os rabinos ensinam que: o arrependimento e restituição; a orações de confissão e pedido de perdão, Slichoth (perdões), feitas à noite; ofertas de caridade; jejuns; o sofrimento da própria pessoa ou a própria morte; o estudo da Torá ou Talmud; e a Kaparot (expiações) poderiam levar ao perdão divino.

Contudo, sabemos que todas essas coisas não podem substituir a falta do sangue expiatório.

 

E aí, curtiu a matéria? Então, confia a próxima: O Diário de Anne Frank – Fatos que explicam o livro e a história de Anne.

Fontes: Brasil Escola; Chabad¹; Chabad²; Gospel Prime.

Imagem de Destaque: Jornal da Record.

Essa matéria Yom Kipur – História e significado por trás do dia do perdão foi criada pelo site Segredos do Mundo.


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