quarta-feira, 1 de abril de 2020

A Hora do Pesadelo – Relembre uma das maiores franquias do terror

Primeiramente, o dia de Sexta-Feira 13 ainda hoje inspira uma certa aura mística, principalmente aos mais supersticiosos. Certamente, pelo menos é a oportunidade para revisar alguma antiga franquia de terror. De fato, aquelas que assustavam quando se é criança, e que hoje talvez sirva mais como comédia involuntária. Assim, A Hora do Pesadelo (1984-2010), com seu icônico Freddy Krueger, o serial killer deformado e debochado dos sonhos, é uma franquia que leva vantagem em relação a outros slashers (Jason, Michael Myers, etc).

Dessa forma, o visual do personagem, imponente, é o resultado de um trabalho eficiente de maquiagem. Além disso, somado à inventividade dos efeitos práticos do primeiro filme, além do carisma inconfundível de Krueger. Sendo um vilão sádico e, simpático? Certamente, algo difícil de imaginar. Tudo isso concebe um produto totalmente novo para a época em que foi lançado.

Assim, conheça os filmes da franquia A Hora do Pesadelo, e curiosidades sobre os filmes.

Filmes da franquia

A Hora do Pesadelo (1984)

Wes Craven, lançando as bases do que seria a cara do terror nos anos 80 e 90, nos brinda com o melhor exemplar da franquia A Hora do Pesadelo, que viria a ser estragada com sequências numerosas e desnecessárias. Investe em um clima assustador, sustentado pela ideia complexa de que o bicho papão dos nossos pesadelos pode nos matar, e cria o mais icônico personagem do gênero, um psicopata deformado capaz de manipular os elementos dos sonhos.

E se isto serve como dica, ver o filme após a leitura de Never Sleep Again, livro da DarkSide Books que detalha pré-produção e filmagens, tornam a experiência ainda mais prazerosa. A dificuldade em tocar o projeto (abraçado com ressalvas por uma quase falida New Line); a escalação de um elenco de ilustres desconhecidos, salvo um ou outro rosto; a inventividade com que a partir de um limitadíssimo orçamento se criou toda uma engenharia de efeitos especiais práticos, fascinantemente eficazes (a sequência em que um jovem Johnny Depp é engolido por uma cama é um verdadeiro desafio à percepção – e à gravidade!); e o inesperado sucesso, com aura de cult a acompanhá-lo até hoje.

O resultado, mesmo que não impacte todos os tipos de público, é um exemplo forte do cinema de horror. E sim, ele ainda é capaz de causar sustos!

A Hora do Pesadelo 2: A Vingança de Freddy (1985)

Protagonista de gritos histéricos e com cara doentia. Close em cima de corpos masculinos, além de diálogos sugestivos. Não é para menos as conotações homoeróticas que fazem a fama do filme. Além disso, a premissa sobre uma espécie de “possessão” de Freddy Krueger é absurda dentro da franquia. De positivo, apenas os efeitos especiais, um tanto melhores em relação ao primeiro filme, e a atmosfera de terror que cerca a narrativa.

A Hora do Pesadelo 3: Os Guerreiros dos Sonhos (1987)

O legal aqui é a brincadeira de conectar o enredo com o primeiro filme, resgatando personagens e situações. O orçamento provavelmente mais gordo também contribui com o aumento do escopo, com uma ambientação feita com maior esmero, e efeitos mais horrendamente criativos. Conceitualmente, a ideia de enfrentamento nos sonhos cai bem, enquanto em ritmo se mostra sensivelmente irregular.

A Hora do Pesadelo 4: O Mestre dos Sonhos (1988)

Sem dúvidas, ainda é prazeroso ver o serial killer mais zombeteiro de todos os tempos aprontando das suas no mundo dos sonhos. Também é um prato cheio para os fãs da franquia a preocupação em continuar com a história contada nos últimos filmes, ainda que não se aprofunde certas circunstâncias (para onde foram os personagens do último filme?). Mas é igualmente inegável que o número de continuações aumente proporcionalmente à quantidade de ideias absurdas: personagens com poderes sobrenaturais, Freddy surgindo sem motivo aparente, novos personagens ganhando destaque de forma mais ou menos aleatória, além de outros mais estereotipados do nunca. Enfim, é o desleixo típico do gênero tomando conta da franquia.

A Hora do Pesadelo 5: O Maior Horror de Freddy (1989)

Os efeitos especiais são o ponto alto do filme. No mais, a história se torna cada vez mais desimportante, sendo que aqui a temática da vez é a maternidade. Martelam isso tanto ao ponto de fazerem um desfecho com embate final entre dois filhos (o da protagonista e o bastardo de Amanda Krueger). Mais incoerente e bobo, impossível.

A Hora do Pesadelo 6: Pesadelo Final – A Morte de Freddy (1991)

Tem algumas boas ideias. Desde a inventiva morte do garoto com aparelho auditivo, até a sacada de colocar um Krueger de carne e osso para defrontar os mocinhos da vez (diga-se de passagem, nunca ele foi tão maltratado em um filme). Porém, peca por alguns conceitos bobos (absorver suas vítimas, por exemplo), esmiuçar demais suas origens, chegando ao cúmulo de lhe dar uma filha viva (posteriormente, as franquias Sexta-Feira 13 e Halloween copiariam essa ideia), e trazer personagens fracos à trama. Destaque para a participação relâmpago de Depp e o emblemático RIP ao final.

O Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy Krueger (1994)

Não gosto de usar esse tipo de argumento, mas parece que poucos entenderam a escolha narrativa deste atípico filme. Só isso para explicar as avaliações aquém do que mereceria. O conceito é simplesmente genial, todo pautado em metalinguagem, certamente um treino valioso para o autorreferencial Pânico (1996), que viria quase a seguir na filmografia de Craven.

Na trama, os atores e envolvidos na produção do A Hora do Pesadelo original encarnam eles mesmos. Inclusive, Robert Englund e Wes Craven, assim como os produtores Robert Shaye e Sara Risher. É um filme que, se visto de forma descompromissada, pode soar fraco e sem graça. Porém, acompanhando a franquia em maratona, e depois de ler o livro de bastidores Never Sleep AgainO Novo Pesadelo faz todo o sentido, e aumenta muito em conceito. Um verdadeiro presente para os fãs da franquia.

Além disso, é mais pé no chão em relação aos filmes anteriores, com poucas sequências de assassinatos, e mais críveis. Ainda assim, um pouco mais de sutileza ao todo faria bem, amenizando a velocidade com que a protagonista é tomada pelo clima de paranoia. O ritmo também oscila em alguns momentos. No geral, um filme acima da média para o gênero.

Freddy X Jason (2003)

Certamente, não merece uma nota tão baixa por parte dos fãs da franquia. Certo, o CGI é excessivo; as sequências de assassinato sem graça, no geral; as cenas com cores saturadas doem nos olhos; a maquiagem de Freddy parece uma máscara convencional e mal acabada; a protagonista é um pé no saco; e por vezes, parece mais um filme do Freddy do que um crossover dos dois maiores ícones do gênero de terror. Tudo isso é verdade. No entanto, fan service não falta, e junto com o embate final, regado à pancadaria insana e decente (faz todo o sentido estar à frente um diretor que manja do estilo), faz a diversão ser garantida. Um último revival para Englund e o legado de horror que espalhou por quase duas décadas e oito filmes.

A Hora do Pesadelo (2010)

Reboot (ou remake) sem personalidade, genérico, que apesar de investir em um tom mais sério, se perde ao tentar dar importância demais ao próprio mote. Afinal, ainda é um filme de terror, e não um tratado psicológico sobre traumas e repressão. Além disso, o CGI é horrível, a tentativa de fan service é tacanha e forçada, o elenco nada carismático (Rooney Mara pagando mico – detalhe: a degradação física da sua personagem ao longo da história não fica evidente uma única vez), e os assassinatos são tão procedurais ao ponto de facilmente enfastiar. O filme todo pareceu até desculpa para tocarem em algum momento All I Have To Do Is Dream…



Curiosidades sobre A Hora do Pesadelo

Acidente nas filmagens

Em primeiro lugar, ocorreu um acidente durante as filmagens da cena em que uma fonte de sangue é jorrada da cama para o teto. A ideia original era que o quarto girasse lentamente, de forma a que o sangue jorrasse de maneira surrealista e atingisse a parede em curva. A equipe perdeu o controle do quarto, que ficou girando desordenadamente com o diretor e o câmera amarrados em cadeiras fixas dentro do próprio quarto e 250 litros de água colorida sendo jorrados. Assim, quando se conseguiu enfim parar o quarto, as câmeras estavam danificadas e a equipe, inteiramente ensopada.

Jovem Johnny Depp

Primeiramente, A Hora do Pesadelo marca a estréia de Johnny Depp no cinema.

Humor de Freddy Krueger

A princípio, Freddy Krueger foi criado por Wes Craven para ser mais um serial killer silencioso, no estilo de Jason Voorhess e Michael Myers. No entanto, nos filmes seguintes da série o personagem passou a ganhar mais humor negro.

A Morte do Demônio

A princípio, o filme em que Nancy assiste para se manter acordada é Uma Noite Alucinante – A Morte do Demônio (1982), dirigido por Sam Raimi.

Referência

Em primeiro lugar, na cena em que Nancy dorme na casa de Tina e Freddy Krueger se aproxima da cama através da parede é visível a máscara de hóquei utilizada pelo personagem Jason Voorhess, outro ícone dos filmes de terror.

Elm Street?

Apesar de o título original mencionar um pesadelo na rua Elm, os únicos momentos em que se pode ver ou ouvir as palavras “Elm Street” durante o filme são nos créditos iniciais e de encerramento do filme.

Muito sangue

Cerca de 500 galões de sangue falso foram usados durante as filmagens. Vale lembrar que o sangue de Freddy Krueger, no filme, é verde.

Filme em perigo

Primeiramente, por pouco A Hora do Pesadelo não foi finalizado. Quando as filmagens estavam em sua metade a New Line Cinema, produtora do filme, teve o contrato de distribuição do filme rompido. Sem dinheiro em caixa, o estúdio ficou duas semanas sem pagar os integrantes do elenco e da equipe de produção do filme. Assim, até um novo acordo de distribuição ser fechado. Durante este período as filmagens ocorreram normalmente, com nenhum integrante tendo abandonado a produção. No final, O sucesso de A Hora do Pesadelo nos cinemas evitou a falência da New Line Cinema.

Bilheteria

Em suma, o orçamento de A Hora do Pesadelo foi de US$ 1,8 milhão. Assim sendo, o filme arrecadou mais de US$ 25 milhões apenas nos Estados Unidos.

 

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Fontes: Adoro Cinema; SetCenas.

Imagem de Destaque: Pinterest.

Essa matéria A Hora do Pesadelo – Relembre uma das maiores franquias do terror foi criada pelo site Segredos do Mundo.


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