quinta-feira, 2 de abril de 2020

Ted Bundy – Quem é o serial killer que matou mais de 30 mulheres

Era 30 de dezembro de 1977 e o mundo se preparava para a chegada do próximo ano. Certamente, jovens viajavam, famílias faziam compras para a ceia do dia seguinte e amigos faziam planos para o futuro. No entanto, não Theodore Robert Cowell (Ted Bundy).

Então com 31 anos, Ted se preparava para entrar em 1978 com o pé direito. Assim, fugiria da prisão nos Estados Unidos. Após seis anos preso por ter assediado e tentado sequestrar Carol DaRonch, o rapaz pretendia escapar antes de ser julgado pelo assassinato de Caryn Campbell na quinzena seguinte.

Certamente, seus esquemas já haviam dado errado duas vezes e esta seria sua terceira tentativa de alcançar a liberdade. Assim, por sorte (ou azar), o chefe da segurança da penitenciária em que Ted estava havia saído. Assim, contribuindo para que o plano dele finalmente desse certo. A fuga do criminoso só seria descoberta no dia seguinte, mas era tarde demais.

Naquele momento Ted já havia percorrido as centenas de quilômetros que dividem Denver, no Colorado, e a pacata cidade de Tallahassee, na Flórida. Chegando lá o rapaz se instalou nas vizinhanças da Universidade do Estado da Flórida, onde convivia com estudantes e professores. O que eles não podiam imaginar é que estavam na presença de um dos serial killers mais prolíficos dos Estados Unidos.

Conheça então um dos maiores serial killers da história, Ted Bundy.

Infância de Ted Bundy

Ted Bundy, o Serial Killer que matou mais de 30 mulheres nos EUA
Ted Bundy criança – Brincadeira de Serial Killer

Primeiramente, Theodore nasceu em novembro de 1946 e viveu na casa dos avós até sua mãe, Eleanor Louise Cowell, encontrar seu padrasto — de quem veio o sobrenome Bundy. O problema é que a infância do rapaz foi atribulada: além de ter que conviver com as explosões de violência do avô (que muitas vezes agredia a avó), Ted foi criado acreditando que sua mãe era na verdade sua irmã, e seus avós, seus pais adotivos.

Assim, nas diversas entrevistas que concedeu após se tornar famoso, Bundy demonstrou ternura pelos avós, mas relatou mais de uma vez que não tinha amigos e que “não sabia o que os outros buscavam em uma amizade”. Foi investigado por roubos duas vezes durante o ensino médio, mas sua ficha foi limpa quando ele alcançou a maioridade.



Um cara comum

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Ted Bundy – BBC

Certamente, o que mais chocou o mundo na época em que Ted Bundy foi condenado à morte pelo assassinato de 36 jovens foi o seguinte: ele era um cara comum. Com olhos azuis e cabelos escuros, o rapaz estava sempre arrumado e esbanjava simpatia. No âmbito profissional, trabalhou em diversos setores, como uma linha telefônica de prevenção ao suicídio e o comitê anticrime de Seattle (ironicamente, um de seus projetos foi uma cartilha de prevenção ao estupro direcionada ao público feminino).

No entanto, quando o assunto era amor, também não havia nada que destoasse do convencional. Ted Bundy namorou várias garotas, mas seu grande amor foi Elizabeth Kloepfer. Os dois ficaram juntos por algum tempo e o psicopata atuou como figura paterna para Tina, filha da parceira, até o término do relacionamento.

O início da vida de crimes

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Carol DaRonch – YouTube

Foi em 1974 que meninas começaram a desaparecer dos campi universitários nos estados de Washington e Oregon, região vizinha à casa de Bundy. No outono daquele ano, o jovem resolveu começar a estudar direito na Universidade de Utah e, não por coincidência, diversas estudantes de lá foram sequestradas, abusadas e mortas.

Um dos ataques ocorreu contra Carol DaRonch, que felizmente conseguiu escapar e contatar a polícia. A estudante deu às autoridades uma descrição do homem, do Volkswagen que ele dirigia e uma amostra de seu sangue que ficou em sua jaqueta durante a luta. Poucas horas após o ataque de DaRonch, Debbie Kent, de 17 anos, desapareceu.

Nessa época, pedestres descobriram um “cemitério de ossos” em uma floresta de Washington e, após análises, foi constatado que os corpos pertenciam a mulheres desaparecidas em Washington e Utah. Investigadores de ambos os estados comunicaram-se e elaboraram um perfil e esboço composto de um homem chamado “Ted”.

À época, Kloepfer estava ciente de que Ted Bundy havia se mudado para a área dos assassinatos e ligou para a polícia para reafirmar suas suspeitas: Bundy estava por trás das mortes. Neste momento, muitas evidências apontavam para Ted Bundy e, quando os investigadores de Washington reuniram seus dados, o nome do rapaz apareceu no topo da lista de suspeitos.

Inconsciente do crescente interesse da força policial por ele, Bundy continuou viajando pelos Estados Unidos, seduzindo mulheres e as assassinando. Foi por acidente que, em agosto de 1975, o rapaz foi preso.

Quase pego

Ted Bundy, o Serial Killer que matou mais de 30 mulheres nos EUA
Fusca utilizado por Ted Bundy – Car and Driver

A patrulha de trânsito de Utah ficou desconfiada quando viu um Volkswagen Bug castanho-claro com as luzes apagadas. Este modelo de carro já estava a ser procurado pelas autoridades porque tinha sido identificado por Carol Daronch, uma jovem que conseguiu fugir das mãos do assassino depois de a ter algemado ao Volkswagen Bug.

A polícia pediu para Ted Bundy encostar, mas ele tentou escapar, sem sucesso. Quando a polícia revistou o carro, foram encontrados vários objetos suspeitos, como algemas, um picador de gelo, e uma máscara de ski. E embora o homem tivesse conseguido arranjar sempre argumentos, acabou por detido e levado para a esquadra por desobediência.

Na esquadra, a polícia reparou que Ted se enquadrava no perfil do homem que tinha raptado Carol. Quando a chamaram para o identificar, a jovem disse com todas as certezas que tinha sido ele. No julgamento, em fevereiro de 1976, o suspeito foi considerado culpado por tentativa de rapto e agressão e foi preso, ficando sujeito a uma pena indeterminada de 1 a 15 anos.

Enquanto estava preso, foram reunidas provas suficientes para acusar o serial killer de um primeiro homicídio, o de Caryn Campbell, 23 anos, no estado de Colorado, o que podia levar à pena de morte. De Utah foi assim transferido para uma prisão no condado de Garfield (Colorado) até que a decisão fosse tomada. Ali, passava os dias a preparar a própria defesa em tribunal… e um plano de fuga.

Primeira fuga

Ted Bundy tirou as medidas ao tribunal de Pitkin, em Aspen (Colorado) onde começou a ser julgado e praticava exercícios de resistência na cela, como saltar vezes sem conta do beliche e percorrer longas distâncias num espaço tão pequeno. Em junho de 1977, dia da audiência preliminar do homicídio de Caryn, o suspeito estava sozinho na biblioteca do edifício e aproveitou para saltar do segundo andar pela janela. Seguiu em direção às montanhas de Aspen, passou frio e fome e abrigou-se numa cabana com poucas condições, na floresta.

Foi lançada uma grande operação com centenas de agentes, cães de caça e o FBI para encontrar o fugitivo, mas só depois de 6 dias a monte, deixou de oferecer resistência e voltou a Aspen, onde foi encontrado pelas autoridades com menos 11 kg. Apesar do ar abatido, as câmaras captaram sempre um Ted sorridente e à procura de protagonismo.

Nova prisão, nova fuga

Em dezembro, Ted Bundy estava novamente preso a aguardar o julgamento pelo homicídio de Caryn, quando, numa noite, o guarda lhe levou o jantar à cela. No dia seguinte, a comida permanecia tabuleiro e na cama estava uma pilha de livros tapada com um cobertor: Bundy escapou por um buraco no teto da cela, rastejou até ao dormitório dos guardas, vestiu um dos uniformes e saiu pela porta da frente da prisão de Garfield.

Duas semanas depois da nova fuga, o seriall killer entrou outra vez em ação: percorreu mais de 2 mil km do Colorado até Florida para matar. Foi do Colorado até à Florida de autocarro, avião, comboio e de carro. Pelo meio ainda fez uma parada em Chicago (Illinois) para ver a equipa da Universidade de Washington jogar futebol americano.

Flórida

Ted Bundy, o Serial Killer que matou mais de 30 mulheres nos EUA
Kathy Leiner e Ted Bundy – Oxygen

Neste momento Ted Bundy já era temido e procurado em todo o país, mas foram os assassinatos de 14 de janeiro de 1978 que o tornaram realmente famoso. Ele invadiu a casa de fraternidade Chi Omega da Universidade Estadual da Flórida, onde estava à época, espancou e estrangulou até a morte duas meninas, estuprando uma delas e mordendo-a brutalmente em suas nádegas e em um mamilo.

O assassino também bateu na cabeça de outras duas moradoras da casa, que conseguiram sobreviver. Os investigadores atribuíram o salvamento das duas a Nita Neary, que também vivia no local, pois ela chegou em casa e interrompeu Bundy antes que ele pudesse matá-las.

Como Neary explicou à polícia, ela chegou em casa por volta das 3 da manhã e notou que a porta da frente estava entreaberta. Quando entrou, ouviu passos apressados no andar de cima e se escondeu atrás de uma porta. Foi aí que pôde ver um homem vestindo um boné azul e carregando algo que se assemelhava a um tronco deixar a casa. Bundy ainda invadiu outra residência naquela noite e tentou estuprar uma jovem, mas desistiu por medo de ser capturado.

A morte de Kimberly Leach

Ted Bundy, o Serial Killer que matou mais de 30 mulheres nos EUA
Túmulo de uma das vítimas de Ted Bundy – Women’s Health

Em 9 de fevereiro de 1978, Bundy matou novamente. Desta vez a vítima foi Kimberly Leach, de 12 anos, que ele sequestrou, mutilou e jogou em um rio. Uma semana depois do sumiço da jovem, Bundy cometeu um erro: dirigir um veículo roubado. Ele foi parado na rodovia e preso.

Depois de 46 dias à solta, foi detido pelas autoridades na zona de Pensacola após uma perseguição numa operação STOP. Tinha roubado um carro e 21 cartões de crédito. Resistiu à detenção e não quis dar o nome às autoridades. Bundy estava irreconhecível, e em tribunal apresentou uma identificação falsa que dizia chamar-se Kenneth Misner.

Graças à cooperação de testemunhas da Universidade da Flórida, das outras vítimas dos assassinatos em Chi Omega e dos colegas de Leach, o serial killer foi condenado pela justiça. Outros fatos importantes foram as evidências físicas que o ligavam aos três assassinatos —, dentre eles um molde feito a partir das marcas de mordidas encontradas em uma das vítimas da irmandade.

Durante seus julgamentos, Bundy resolveu defender a si mesmo: “Ficarei com o homem que mais conheço no momento, e este sou eu”, declarou a um jornalista da época. Achando que poderia ganhar os processos, recusou um acordo pela qual se declararia culpado de matar as duas vítimas da irmandades e Kimberly LaFouche em troca de três sentenças de 25 anos.

Julgamentos

Ted Bundy foi a julgamento na Flórida em 25 de junho de 1979 pelos assassinatos das mulheres da fraternidade. O julgamento foi televisionado e Bundy agiu de forma midiática e sedutora para tentar convencer o júri — e os norte-americanos — de sua inocência. Mesmo assim foi considerado culpado e recebeu duas sentenças de morte.

Em 7 de janeiro de 1980, Bundy foi a julgamento por matar Kimberly Leach. No entanto, desta vez permitiu que seus advogados o representassem. A estratégia da defesa foi pedir absolvição alegando insanidade. A única defesa possível com a quantidade de provas que o Estado tinha contra ele. Seu comportamento foi muito diferente durante esse julgamento. Assim, exibindo ataques de raiva, esticando-se em sua cadeira e encarando o júri e a plateia. Ted Bundy foi considerado culpado e recebeu sua terceira sentença de morte.

Pedido de casamento no tribunal

Um detalhe intrigante ocorreu durante a fase de condenação, quando Bundy surpreendeu a todos chamando a jovem Carole Boone como testemunha de defesa — e casando-se com ela durante seu relato. Boone demorou para aceitar que Bundy era responsável pelas atrocidades das quais fora acusado. Quando pediu o divórcio, o casal já tinha tido uma filha.

Confissões

Logo após a conclusão do julgamento de Leach e o início do longo processo de apelação que se seguiu, Bundy iniciou uma série de entrevistas com os jornalistas Stephen Michaud e Hugh Aynesworth. Ele falava principalmente em terceira pessoa para evitar “o estigma da confissão”. No entanto, relatava pela primeira vez os detalhes de seus crimes — sua forma de pensar.

Após anos tentando convencer as autoridades sobre sua inocência Ted Bundy não tinha mais como apelar judicialmente. Foi, assim, que ele topou ter uma conversa franca com alguns investigadores. Neste período o assassino confessou ter assassinado 36 mulheres. Dessa forma, descrevendo o que havia feito com cada uma delas e onde estavam os seus cadáveres.

Fatos

Como já se suspeitava, Bundy apresentou uma preferência ao se tratar dos perfis de suas vítimas e ao modus operandi. De acordo com documentos da época, na maioria dos casos o homem se aproximava das mulheres em busca de ajuda, ou pedia auxílio para levar algo a seu carro. Inclusive, às vezes usando gesso no braço ou muletas para parecer inofensivo.

Todas as vítimas conhecidas de Bundy eram mulheres brancas, com cabelos longos e lisos repartidos ao meio. A maioria era de classe média, tinha entre 15 e 25 anos e era estudante universitária. O grande amor de sua vida, Elizabeth Kloepfer, também tinha esse perfil. Na última conversa que teve com ela, Bundy contou ter se afastado propositadamente “quando sentiu o poder de sua doença se acumulando nele”, indicando que poderia vir a matá-la.

modus operandi de Bundy evoluiu em organização e sofisticação ao longo do tempo. Assim, como é típico dos assassinos em série, de acordo com especialistas do FBI. Logo no início, consistia na invasão de uma casa durante a noite. Dessa forma, seguida de um ataque violento enquanto a vítima dormia. À medida que sua “metodologia” evoluiu, Bundy tornou-se progressivamente mais organizado em sua escolha de vítimas e cenas de crime.

Uma vez perto ou dentro de seu carro, a vítima era dominada, espancada e algemada antes de ser abusada e estrangulada. Bundy então transportava as vítimas para um local secundário pré-selecionado. Muitas vezes a uma distância considerável de onde havia feito a abdução.

Local de desova e aspectos dos crimes

No local de desova do corpo, o serial killer removia e queimava as roupas das vítimas. Tudo porque, segundo ele, além de ser um ritual, era uma forma de destruir possíveis provas. Ironicamente, um erro de fabricação nas fibras de sua própria roupa foi utilizado como evidência crucial para a acusação no caso de Kimberly Leach.

A prática mais sinistra de Ted Bundy, contudo, provavelmente era a necrofilia. Frequentemente o assassino “revisitava” os corpos, os vestia, maquiava, pintava suas unhas e até tirava foto com eles. “Quando você trabalha duro para fazer algo certo não quer esquecer disso”, disse ao investigador Robert Keppel.

Diagnósticos

Bundy foi submetido a múltiplos exames psiquiátricos, mas as conclusões dos especialistas variam até hoje. Enquanto alguns apontam sintomas de transtorno bipolar, outros sugerem a possibilidade de um transtorno de personalidade múltipla. Assim, baseado em comportamentos descritos em entrevistas e depoimentos no tribunal. Certa vez, uma tia-avó testemunhou um episódio durante o qual Bundy “parecia se transformar em outra pessoa irreconhecível”.

O comportamento do criminoso também se encaixa em alguns tipos de psicose, como o transtorno de personalidade antissocial. De tal forma que Bundy exibia traços de personalidade típicos da condição. Assim, frequentemente identificada como “sociopatia” ou “psicopatia”. Dentre eles estão o charme e o carisma (ambos forjados), a dificuldade de distinguir o certo do errado, a falta de empatia e a ausência de culpa ou remorso.

Na tarde anterior à sua execução, em 24 de janeiro de 1989, Ted Bundy concedeu uma entrevista a James Dobson. Psicólogo e fundador da organização evangélica cristã Focus on the Family. Ele aproveitou a oportunidade para fazer novas alegações sobre a violência na mídia e as “raízes” pornográficas de seus crimes. “Aconteceu em etapas, gradualmente. (..) Eu continuava procurando por tipos de materiais mais potentes, mais explícitos e mais gráficos. Até você chegar a um ponto em que a pornografia só vai tão longe que você começa a se questionar se, na verdade, [poderia] fazer aquilo além de apenas ler ou olhar”.

Execução

Ao ser levado para a câmara da morte, civis comemoravam nas ruas de Raiford, na Flórida, onde ficava a prisão. Testemunhas contam que o prisioneiro havia passado as últimas horas de sua vida chorando e rezando, além de ter deixado sua última refeição no corredor da morte intocada.

Suas últimas palavras foram: “Jim e Fred, eu gostaria que vocês dessem meu amor à minha família e amigos”. Jim Coleman era um de seus advogados e Fred Lawrence era o ministro metodista que rezara com Ted Bundy durante a noite.

Diferenças entre o filme e a vida de Ted Bundy

O relacionamento de Ted Bundy e Liz Kloepfer

No filme, o relacionamento entre Bundy e Liz parece tranquilo e amoroso. Aquele tipo de namoro que qualquer pessoa espera ter. Entretanto, em sua biografia, a ex-mulher do assassino conta episódios em que ele foi extremamente abusivo. Ela relata ocasiões em que o serial killer a deixou presa para fora de casa. Conta sobre discussões intensas e até uma circunstância em que ela o confrontou e Bundy deu um tapa nela.

Além disso, Liz lembra de uma noite em que acordou tossindo. Assim, teve de arejar seu quarto por conta da fumaça da lareira. Em uma conversa que teve com Bundy quando ele já estava na prisão, o criminoso assumiu que aquela fora uma tentativa de matar a “amada” asfixiada.

O ritmo em que os fatos acontecem

Os acontecimentos na vida real demoraram muito mais tempo para acontecer do que como representados no filme. Faz sentido, afinal, Bundy cometeu crimes durante anos e sua história é contada em pouco menos de duas horas.

Ainda assim, em determinados momentos pode parecer que os eventos ocorreram rapidamente, quando demoraram meses para se desenvolver. Seu último julgamento, por exemplo, demorou quase um ano para chegar ao fim. Além disso, o intervalo entre a denúncia de DaRonch, a jovem do início da história, e a identificação de Bundy foi de aproximadamente 2 meses, e não alguns dias, como parece na história.

As circunstâncias de sua segunda fuga

Ted Bundy | Nostalgia, Sentimentos, Fotos

Bundy de fato utilizou os tubos de ventilação da penitenciária para fugir, em 1977. No entanto, as circunstâncias em que isso aconteceu foram um pouco diferentes das apresentadas no filme. O serial killer não escapou em plena luz do dia, mas sim no meio da noite, no dia 30 de dezembro daquele ano.

O assassino aproveitou que a prisão estava relativamente calma por conta das festas de fim de ano e fugiu no meio da madrugada. Para a sorte dele, o chefe dos carcereiros não estava por lá. Além disso, os funcionários da prisão só perceberam na manhã seguinte que o “homem” em sua cama era, na verdade, um monte de travesseiros.

A cena do cachorro foi pura invenção

Quando Ted Bundy e Liz estão em um canil de Utah em busca de um cachorro para a adoção e um dos animais começa a latir para ele. Aquilo representa como se o espectador pudesse prever o que estava por vir. E é exatamente por isso que aquela cena foi colocada ali, segundo os roteiristas do filme.

As menções ao livro Papillon são apenas um “toque poético”

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No filme, Bundy insiste para que Liz leia o livro Papillon, de Henri Cherrière. Entretanto, na biografia escrita pela ex-namorada do assassino não existe qualquer menção à obra.

Os julgamentos de Bundy

Apenas dois dos três julgamentos de Bundy aparecem no filme. O terceiro, no qual o assassino foi condenado pela morte da jovem Kimberly Leach, não é retratado. Ainda assim, diversas cenas do filme foram inspiradas nessa passagem do criminoso pelo tribunal.

O diretor se baseou na transcrição oficial dos julgamentos para criar as falas das personagens. Assim, por mais que grande parte dos diálogos seja idêntica ao que aconteceu na realidade, há algumas diferenças. O juiz, por exemplo, nunca comparou a plateia com um grupo de turistas “esperando por um show de golfinhos no SeaWorld”.

Além disso, as atitudes de Bundy parecem ter sido amenizadas. Durante sua defesa, o assassino foi ainda mais teatral e eloquente do que a representação de Zac Efron dá a entender. O serial killer literalmente “dava um show” nos tribunais. Inclusive, com direito a gritaria e tentativas de conquistar espectadores por meio de seu charme.

Os advogados de Bundy

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De fato, Bundy teve diversos advogados que tentaram convencê-lo de se declarar culpado para que sua pena fosse amenizada. Ainda assim, os profissionais não atuaram em todas as partes dos julgamentos do assassino, já que ele optou por representar a si mesmo.

Outra cena que foi diferente da realidade é o confronto da evidência da marca de mordida em uma das vítimas de Ted Bundy. No filme, o próprio serial killer tenta desacreditar o especialista em odontologia, enquanto na vida real quem fez isso foi o advogado do criminoso. Não deu muito certo e deixou o réu ainda mais insatisfeito com seu representante – que mais tarde foi demitido.

Liz tinha diversas evidências de que o namorado era um serial killer

Quando Liz denunciou Ted Bundy para as autoridades, ela tinha muitas evidências de que o ex-namorado era o serial killer. No filme, apenas o modelo do carro e o retrato falado do rapaz servem de motivação para a denúncia da jovem. Entretanto, na vida real ela notou diversos outros elementos que contribuíram para sua teoria.

Dentre eles estavam vários objetos que Bundy trazia para casa após períodos em que ficava longe de casa, como calcinhas e chaves. Esses artefatos eram “souvenirs” que ele roubava de suas vítimas.

Outro aspecto importante foi o gesso que ela encontrou em uma gaveta de Bundy. A polícia sabia que o assassino usava uma tipoia falsa para conquistar a simpatia de suas vítimas. Assim, quando Liz descobriu isso, suas suspeitas cresceram ainda mais.

Os amigos de Liz que aparecem no filme não existiram de verdade

Joane, amiga de Liz, e Jerry, colega de trabalho que a narrativa sugere ter um interesse amoroso pela jovem, nunca existiram. Segundo o diretor do filme, eles foram inspirados em diversas pessoas que conheciam a ex-namorada de Bundy. Assim, foram compiladas em apenas dois personagens para tornar a história mais simples.

Ainda assim, há quem acredite que Jerry tenha sido baseado em um tal de “Hank”. Certamente, um antigo colega de Liz que ficou a fim da jovem após o término com Ted Bundy. Os dois, entretanto, nunca ficaram juntos na vida real.

A temporalidade do relacionamento de Bundy e Carole Ann

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No filme, Carole Ann – que foi casada com Bundy e é mãe de Rose, a única filha do assassino – descobre que ficou grávida no mesmo dia em que Bundy é condenado à morte pelos assassinatos na sororidade Chi Omega, na Flórida em 1978. Entretanto, a ex-esposa do assassino engravidou bem depois sua condenação, e teve o bebê em meados de 1981.

Além disso, a relação dos dois começou durante a segunda passagem de Bundy pelos tribunais, mas o casamento (que aconteceu daquele jeito de verdade!) foi só durante o terceiro julgamento do assassino.

A última cena do filme não aconteceu na vida real

grand finale do filme, no qual Bundy confessa para Liz que matou diversas mulheres, é totalmente falso. A jovem nunca foi visitar o ex-namorado na prisão no período anterior à sua execução. O próprio diretor do filme assumiu que aquela cena foi inventada.

Segundo os relatos de Kloepfer, ele nunca assumiu de fato a magnitude de suas crueldades. Na vida real, pouco após ter sido condenado, Bundy telefonou para a jovem e disse ter sido “comandado por uma força que não podia controlar”.

Bundy confessou — mas não como no filme

As confissões de Bundy começaram pouco após seu último julgamento, em 1979. O filme passa a ideia de que apenas um dia antes de sua execução o serial killer resolveu assumir seus feitos para tentar adiar ou anular sua pena.

Na vida real, porém, o assassino passou anos conversando com as autoridades para tentar se livrar da condenação. Em suma, ele também tentou apelar diversas vezes argumentando insanidade, o que atrasou sua execução por meses.

Curtiu a matéria? Então, dê uma conferida na próxima: Kamikaze – Quem eram, origem, cultura e realidade.

Fontes: Galileu¹; Galileu²; Observador.

Imagem de Destaque: Canal Ciências Criminais.

Essa matéria Ted Bundy – Quem é o serial killer que matou mais de 30 mulheres foi criada pelo site Segredos do Mundo.


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