As enchentes são um problema corriqueiro no Brasil. Segundo estimativas, ao menos 8 milhões de pessoas convivem diariamente com a ameaça de enchentes ou deslizamentos em suas residências. Além disso, em 20 anos, cerca de 2.500 pessoas já perderam a vida por algum acidente envolvendo inundações.
Elas podem acontecer por uma série de fatores, que incluem causas naturais e influência humana. O grande volume de chuvas, por exemplo, influencia diretamente na quantidade de água dos rios, mas as construções feitas na proximidade das margens também oferecem grande impacto no ambiente.
Em grandes centros urbanos, por exemplo, problemas de escoamento, saneamento ou descarte de lixo podem agravar o risco de enchentes.
Principais causas de enchentes
Falta de infraestrutura
Uma boa drenagem pluvial é essencial para minimizar danos e evitar inundações. Isso porque, a presença de bueiros livres ou bocas de lobo ajudam a drenar o acúmulo de água nas ruas e enviá-lo para os rios. Por outro lado, a ausência de um bom planejamento faz com que o sistema não funcione bem – ou não exista -, reduzindo o escoamento de águas.
Desmatamento
Ao danificar a vegetação próxima aos rios com desmatamento e queimadas, as margens são diretamente afetadas e os leitos transbordam com mais facilidade. Com menos infiltração de água no solo, por exemplo, elas acabam direcionadas para os rios.
Ocupações indevidas
A construção de casas, prédios pontes ou outras estruturas próximas a rios também favorecem as inundações. Além disso, esses lugares são os que estão em maior risco, uma vez que são os primeiros atingidos pelas cheias dos rios.
Descarte incorreto do lixo
O acúmulo de lixo nos rios nas ruas e esgotos também é um dos principais agravadores de enchentes. Além disso, embalagens e sacos de lixo deixados na rua podem ser arrastados pelas chuvas até bocas de lobo e bueiros, que ficam bloqueados. Dessa maneira, o escoamento não ocorre de maneira ideal e as ruas são alagadas.
Enchentes na história do Brasil
Enchentes em Santa Catarina, 1855
Em 1855, foi registrada uma das primeiras tragédias provocadas por enchentes no Brasil. Uma carta do fundador da colônia que se tornaria Blumenau, Bruno Otto Blumenau, relata um aumento de cerca de 15 metros no rio Itajaí-Açu num prazo de apenas 36 horas.
Deslizamentos em Caraguatatuba, 1967
Durante as enchentes do mês de março de 1967, em Caraguatatuba m 436 pessoas morreram. Foram tantos deslizamentos que era impossível entrar na cidade e a tragédia teve repercussão mundial. Apesar do número oficial de mortos, entretanto, estima-se que a conta real possa envolver o dobro ou o triplo de vítimas.
Enchentes em Minas Gerais e Espírito Santo, 1979
Uma das enchentes mais marcantes da Vale do Rio Doce acontece no fim da década de 70, quando o grande volume de chuvas do início do ano atingiu a bacia do rio. Além disso, no pico da cheia inundou cidades da região e deixou 47.776 desabrigados, 74 vítimas fatais e 4.424 casas atingidas. Sobretudo, só na cidade de Ipatinga, por exemplo, foram 10 mil desabrigados e 42 mortos.
Enchentes em Santa Catarina, 2008
Em novembro de 2008, o volume de chuvas em Santa Catarina provocou enchentes que deixaram 135 mortos e 5.617 desabrigados. Além disso, 9.390 moradores foram obrigados a deixar suas casas. Logo após a série de deslizamentos a situação ficou tão grave, que o prefeito declarou estado de calamidade público.
Por causa das enchentes, então, foi criado um grupo técnico científico com foco em estudos de prevenção de novos desastres.
Deslizamentos em Rio de Janeiro e São Paulo, 2010
No início de 2010, inundações e deslizamentos atingiram algumas regiões de Rio de Janeiro e São Paulo. Além de um grande volume de chuvas no período, a inadequação das estruturas construídas em encostas de morros agravou os efeitos dos deslizamentos. Ao todo, foram cerca de 75 mortos e centenas de feridos e desabrigados.
Inundações em Alagoas e Pernambuco, 2010
Por fim, o ano de 2010 trouxe mais problemas com enchentes. Principalmente na região nordeste do país. Isso porque, durante o mês de junho, mais de 30 municípios de Alagoas e Pernambuco entraram em estado de emergência com a cheia dos rios Sirinhaém, Piranji, Una, Canhoto e Mundaú.
Fontes: BRK Ambiental, Biomania, Brasil Escola
Imagens: BBC, Meio Ambiente, Nilópolis Online, labcidade, Pensamento Verde, exame
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