Apesar de ser pequena, a libélula faz parte da lista de insetos predadores que auxiliam no controle biológico de pragas. Além disso, também são bioindicadores de qualidade do ambiente.
Enfim, além do seu papel importante na natureza, a libélula aparece em diversas histórias tradicionais e de crença. Sem falar toda a simbologia que esse inseto carrega consigo.
Esses pequenos insetos predadores têm o corpo dividido em três partes. Ou seja, abdômen, tórax e cabeça. Além disso, na cabeça estão duas antenas e seu par de olhos.
Em seu tórax estão os três pares de patas e as quatro asas membranosas. Por fim, seu abdômen finaliza o corpo, longo e fino.
Os registros mais antigos de fósseis de líbelulas são da França, e datam de, mais ou menos, 300 milhões de anos atrás, ou seja, do período Cabonífero.
No Brasil esses insetos foram encontrados muito tempo depois. Há 100 milhões de anos, aproximadamente. Eles foram identificados na divisa do Ceará, Piauí e Pernambuco.
Descrições sobre a libélula
Primeiramente, vamos começar analisando o termo libélula. Ele pode ter sido originado de dois diferentes termos latinos. O primeiro deles é libella, que significa balança. O nome faz sentido a esses insetos porque, quando voam, as libélulas conseguem se manter em equilíbrio, assim como uma balança.
O segundo é libellules. Esse termo é um diminutivo de liber, que significa livro. Esse significado remete a libélula porque as suas asas se assemelham a um livro quando ele está aberto.
Enfim, esses insetos predadores são da ordem odonata. Estima-se que existam em torno de 6.000 espécies descritas desse inseto. E por fim, os animais da ordem odonata no Brasil representam em torno de 14% da riqueza mundial. Ainda assim, o conhecimento sobre a distribuição de libélulas no nosso país ainda é restrito.
Características
As libélulas são consideradas caçadoras incríveis por causa do seu corpo. Ou seja, elas conseguem voar mais rápido do que outros insetos. Além disso, também podem mudar a direção do seu voo no mesmo instante, ficando paradas no ar como um helicóptero.
Para auxiliar ainda mais em sua busca por presas, esses insetos predadores têm uma visão panorâmica incrível. Portanto, eles podem encontrar suas vítimas acima, abaixo, dos lados e até mesmo atrás deles. Por outro lado, as libélulas conseguem voar entre cinco e seis horas no dia e percorrem até 100 km de distância.
Além de tudo isso, as libélulas possuem dois ciclos de vida. Um dentro e um fora da água. Contudo, em todas as fases, ela é um animal predador. Ou seja, quando vive dentro da água como uma larva, ela se alimenta de microcrustáceos. Como por exemplo, filhotes de peixes.
Por outro lado, quando já é uma libélula, sua alimentação se torna outros insetos. Como por exemplo, abelhas, moscas, besouros, vespas e, em alguns casos, até mesmo outras libélulas.
Cores e reprodução
Já percebeu o quanto as libélulas são coloridas? Isso serve principalmente para a seleção dos casais. Ou seja, a variedade de cores serve para que os machos consigam atrair as fêmeas e vencer seus concorrentes. Além disso, parte da reprodução ocorre quando as libélulas voam agarradas umas nas outras.
Nesse voo abraçado, o macho fica na frente e se prende ao cérvix da fêmea com uma estrutura. Por outro lado, a fêmea se dobra para conseguir coletar um pacote de espermatozoides que está sendo liberado de um poro genital do seu companheiro. É dessa forma que ocorre a cópula.
Contudo, depois disso, o macho ainda fica junto à fêmea para conferir se ela está fecundando o seu pacote de espermatozoides. Por fim, a posição e o voo junto só acaba quando a fêmea libera os ovos. Ou seja, faz a oviposição. Toda esse processo ocorre porque outros machos podem acabar com a fecundação.
Isso ocorre porque a libélula macho têm uma estrutura genital capaz de retirar o pacote de espermatozoide de outro inseto e colocar o seu no lugar. Ou seja, o macho acompanha a fêmea durante todo o processo para ter certeza de que seus filhos vão nascer.
Desenvolvimento da libélula
As libélulas, quando vão se roproduzir, sempre colocam seus ovos próximos ou dentro da água. Em seguida, esses se chocam entre duas ou três semanas. Ao nascer, as larvas – ou ninfas – já desenvolvem a capacidade de respirar embaixo da água. Além disso, conseguem se movimentar com algo semelhante a uma propulsão a jato.
É dessa mesma forma que as ninfas conseguem se alimentar de organismos aquáticos nocivos. Portanto, elas auxiliam no ecossistema aquático. Isso segue acontecendo durante 5 anos, mais ou menos. Posteriormente, a ninfa passa do meio aquático para o meio terrestre, sofrendo uma nova (e última) metamorfose.
Ou seja, deixa de ser ninfa para se tornar uma libélula adulta. Essa mudança ocorre quase sempre a noite, para que o inseto não seja pego por algum predador. Suas asas já estão formadas dentro do exoesqueleto e se libertam quando este se rompe.
Enfim, quando se torna um animal terrestre, a libélula auxilia no controle biológico de algumas doenças, ao consumir animais que possam transmití-las. Por fim, a expectativa de vida nessa fase adulta é de apenas seis meses.
Habitat e importância
A maioria das libélulas são encontradas em ambientes quentes. Portanto, elas estão, em sua grande maioria, em regiões tropicais e subtropicais. Contudo, podem ser encontradas em quase todos os continentes. A única exceção é a Antártida. No Brasil são 828 espécies encontradas em 14 famílias diferentes.
Quando estão no período aquático, as ninfas vivem em comunidades variadas de água doce. Ou seja, é possível encontrá-las não só em rios, mas também em lagos e semelhantes. Aliás, ter libélulas em um ambiente indica uma boa qualidade do local.
Isso porque, esses insetos ficam em águas e ares limpos. Portanto, qualquer alteração físico-quimica que houver no local fazem com que eles saiam do local. Ou seja, independentemente da fase que se encontra, a libélula pode ser usada na hora de monitorar ecossistemas aquáticos.
Anteriormente já foi dito que as libélulas também auxiliam na transmissão de doenças por causa de sua alimentação. Entretanto, a poluição do meio-ambiente é uma grande ameaça à suas vidas. Por exemplo, ações antrópicas e as mudanças climáticas afetam a população das libélulas e de outros insetos, chegando a se tornarem ameaçadas de extinção.
Lenda e simbolismo da libélula
Lenda
Segundo uma lenda, a libélula era um sábio dragão. Durante a noite sua respiração de fogo e sua luz se misturavam, tornando-se uma só. Enfim, foi a sua respiração que acabou criando o ilusionismo e a mágica. Entretanto, uma vez, ao se transformar em libélula para enganar um coiote, o dragão ficou preso no corpo e acabou perdendo seus poderes.
Simbolismo positivo
Algumas tradições acreditam que a libélula simboliza as mudanças diárias e as transformações. Além disso, também são associadas à introspecção para aprender procurar sua própria identidade, indo além de aparências. Aliás, na Europa, o inseto também é tido como um símbolo de paz, liberdade e busca da verdade.
A transformação do inseto também pode representar a transição da infância até a fase adulta, assim como o momento de superação de ilusões até a conquista do equilíbrio e da consciência. Para os americanos, a libélula também representa uma verdade oculta e as almas dos mortos.
Para o Oriente, o inseto está associado a harmonia, sorte e prosperidade. Além disso, os samurais colocavam representações de libélulas em seus capacetes, para trazer a vitória contra o inimigo, além de simbolizar coragem e força. E por fim, os vietnamitas acreditam que o voo das libélulas está ligado à chuva.
Simbolismo negativo
Para os suecos, o diabo utilizava uma libélula para conseguir pesar a alma das pessoas. Para o noruegueses, o inseto fura os olhos das pessoas e para os holandeses, ele morde cavalos. Enfim, alguns europeus também consideram a libélula como enviadas pelo Diabo para criar confusão. Além disso, acreditam que ela esteja associada às bruxas.
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Imagens: Wikipedia, Conceitos, Olhardigital, Unicamp, Marianebs, Flickr, Greenmebrasil, Manualdomundo e Wikipedia
Fontes: Britannica, Minasfazciencia, Ecycle e Greenme
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