Quem nunca assistiu algum vídeo de uma pessoa sendo hipnotizada e realizando comportamentos bizarros? A hipnose é uma técnica antiga e que já foi utilizada de diversas maneiras e para fins distintos. Por isso, ainda hoje há muita dúvida do que ela é e de seus mitos e verdades.
Muita gente associa a hipnose a coisas ruins ou a feitiçaria e bruxaria. Mas, mal sabem elas, que na verdade essa técnica é uma grande aliada para processos terapêuticos. Inclusive, ela já é aceita e estudada há anos pelos Conselhos Federais de Medicina, Odontologia, Psicologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional.
Certamente você já se hipnotizou sozinho e nem tem conhecimento disso. Sabe quando você está muito concentrado em alguma atividade ou pensamento que se esquece de tudo que está a sua volta? Isso é se hipnotizar ou entrar em transe. Portanto, essa é uma forma mais fraca de hipnose e é um processo natural do corpo humano.
Mas para entender essa técnica e sua utilização é preciso saber mais sobre ela.
O que é hipnose?
A hipnose é um fenômeno neurológico capaz de fazer com que as pessoas que a pratiquem consigam acessar o subconsciente. Contudo, não significa que quando você está hipnotizado você esteja dormindo.
Em suma, uma parte do nosso cérebro chamado neocórtex, que é responsável pela nossa consciência, fica privado de receber informações do sistema límbico que controla a nossa memória e os nossos sentimentos. Deste modo, por não receber nenhuma informação do sistema límbico, a nossa consciência fica totalmente vulnerável e suscetível a transes mais profundas e a receber ordens do hipnotizador.
Este transe em que o paciente entra é conhecido como um estágio antes do sono. Por isso, a pessoa continua tendo noção de que está sendo hipnotizado e de suas ações. Porém, o hipnoterapeuta consegue conduzir através de comandos vocais que a pessoa acesse a memória do subconsciente. E é a partir desse momento que o tratamento terapêutico começa.
Como é feita?
Com a finalidade de acessar as hipermnésias ou memórias esquecidas, o hipnoterapeuta tenta por meio do acesso destas detectar onde começaram os traumas e outros problemas do paciente. Ao encontrar essas lembranças ele tenta suavizar os acontecimentos. Contudo, isso não vai alterar a memória real do paciente, mas vai fazer com que ele responda com estímulos mais saudáveis a ela.
A hipnose pode tratar síndrome do pânico; depressão; fobias; alcoolismo; tabagismo; rinite alérgica; insônia; distúrbios sexuais; distúrbios alimentares entre outros.
Estudos realizados pelo psicólogo americano Alfred Barrios revelaram que, em comparação com outros tipo de tratamentos como terapia comportamental e psicanálise, a hipnose foi a que mostrou resultados mais rápidos nos pacientes.
Enquanto que o tratamento com psicanálise demandou em média onze anos e meio para obter algum resultado e a terapia comportamental cerca de seis meses, a hipnose demora em média um mês e meio.
Sobretudo, para realizar uma sessão de hipnose é necessário procurar um profissional que tenha realizado o curso.
História da hipnose
Há registros de hipnose desde à Africa e Egito antigo. Até mesmo os povos tupis do Brasil praticavam essa técnica. Contudo, foi somente em 1776, com a tese de doutorado do médio alemão Franz Anton Mesmer que se começou a falar em hipnose.
Mesmer praticava técnicas semelhantes à da hipnose para corrigir fluídos magnéticos que estavam em desequilíbrio no corpo. Para ele, esses fluídos eram em decorrência da atração gravitacional da Terra e outros corpos celestes e que poderiam vir a causar problemas de saúde.
No entanto, sua fama não durou muito e logo ele foi chamado de charlatão e seu trabalho descredibilizado.
Contudo, mesmo com a má reputação que se ficou, o escocês James Braid deu continuidade aos estudos. Suas pesquisas foram mais aceitas pela comunidade científica da época. Inclusive, foi ele quem batizou a técnica com o nome de hipnose que vem de Hypnos, deus grego do sono.
Porém, foi somente com os estudos e as pesquisas realizadas pelo psiquiatra norte-americano Henry Szechtman, em 1997, que se comprovou que a hipnose realmente existe. Posteriormente, Milton Erickson realizou uma série de técnicas para se conseguir aplicar a hipnose em cada respectiva personalidade e assim, disseminar esse método pelo mundo.
Mitos da hipnotização
- Não é possível ficar preso no transe, pois o paciente consegue ter controle de suas ações e pensamentos;
- Durante a hipnose, o paciente fica com a consciência alterada, mas ele não fica inconsciente.
- O hipnoterapeuta não tem poderes especiais nem pode controlar a mente do paciente. O que ele pode fazer é resinificar uma experiência, uma memória ruim vivida tornando-a mais saudável.
- Durante a hipnose não é possível apagar memórias ou criar novas.
Sobretudo, vale ressaltar que a hipnose é uma técnica reconhecida e aceita pela medicina.
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Fonte: sociedadeinteramericanadehipnose SuperInteressante MinhaVida
Imagem de destaque: Abril
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