Carlos Marighella foi muito importante no cenário político brasileiro. Poucos sabem sobre sua história e seus ideais. Mas Marighella foi um dos personagens mais marcantes da ditadura militar. Ele lutou contra o governo autoritário da época.
A principio, na sua adolescência, lutava e defendia abertamente seus pensamentos. Ao longo da sua vida não foi diferente. Ele desenvolveu ainda mais sua resistência, entrou em partidos políticos, foi preso, viajou em busca de conhecimento e se doou por inteiro em defesa do Brasil.
Por falta de conhecimento e repercussão sobre sua história, muitos brasileiros não o conhecem, de fato. Um grande homem, que foi ao extremo, sobretudo, para defender suas convicções políticas.
Recentemente, a produtora O2 Filmes anunciou a estreia do longa “Marighella”, o qual foi cancelado por problemas burocratísticos. Desde que o anuncio foi feito, ele veio causando controvérsias a respeito do atual governo.
A interdição do filme é uma grande perda para a cultura brasileira e sociedade em geral. Uma vez que impede a população de ter conhecimento a respeito da biografia de um dos homens que, sobretudo, viveu intensamente pelo Brasil.
História de Marighella
Carlos Marighella nasceu em 1911, em Salvador, na Bahia. Entrou na faculdade aos 18 anos, em 1929, no curso de Engenharia Civil, na Escola Politécnica da Bahia. Simultaneamente deu inicio ao seu envolvimento na politica.
Em 1934, aos 23 anos, Marighella foi preso, pela primeira vez, por publicar um texto onde fazia criticas ao interventor da Bahia, Juracy Magalhães, que, aliás, foi nomeado por Getúlio Vargas.
Nesse período iniciava-se o Estado Novo, movimento político ditatorial liderado por Getúlio Vargas. Também nessa época, Carlos Marighella mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se envolveu ainda mais na política. Posteriormente, acabou filiando-se ao PCB (Partido Comunista Brasileiro).
A partir disso, ele passou a cuidar da parte de comunicação do partido. Após 2 anos, foi preso novamente e torturado, a mando do chefe de repressão Filinto Müller. Foi solto pela “macedada”, como ficou conhecida a ordem do ministro da Justiça, José Macedo Soares.
Pouco depois, em 1939, Marighella foi preso de novo e torturado durante 6 anos. Somente em 1945, ao final do período politico Estado Novo, teve concedida anistia e foi solto.
Após esse episódio, Carlos foi a China com o proposito de estudar e observar de perto a Revolução Comunista, uma vez que era a favor do movimento político. Muitos não sabem mas Marighella foi escritor e poeta.
Carlos Marighella chegou a participar da politica formal. Foi eleito deputado federal constituinte, pelo partido que era filiado, o PCB. Entretanto, Eurico Gaspar Dutra, impediu que sua carreira durasse mais que um ano. Pois fez com que o PCB voltasse a ser ilegal.
Diante disso, Marighella não pode permanecer ou desenvolver sua carreira politica.
Ditadura Militar
O período da ditadura militar se inicia em 1964. Igualmente nesse ano, Marighella foi atingido por tiros e preso pelo Dops (Departamento de Ordem Política e Social), que não passava de um grande sistema de censura.
O órgão repreendia, basicamente, tudo e a todos, inclusive os que iam contra as ideias políticas implementadas pelo sistema.
Um ano após ser preso, foi solto. Dessa vez, ele abre mão de resistir pacificamente e passa a adotar a luta armada contra a ditadura. Nesse período ele escreve “A Crise Brasileira”, onde retrata sua perspectiva a respeito do governo que viveu.
Enfrentando conflitos e divergências com o seu partido, PCB, Marighella quebra as ordens e vai a primeira conferência da Organização Latino Americana de Solidariedade. Na conferência, ele escreve mais um de seus textos “Algumas Questões sobre a Guerrilha no Brasil”.
Em 1967, o partido então decide expulsá-lo. Logo após, Marighella cria o grupo Aliança Libertadora Nacional (ALN), que usou armas para resistir a ditadura.
O grupo participou de muitas ações e a mais famosa delas foi o sequestro do embaixador americano Charles Elbrick, junto ao grupo Movimento Revolucionário 8, (MR-8).
A morte de Marighella
Em 1969, o Dops armou uma emboscada para Marighella, que pouco antes era vigiado de perto pelos agentes. A ação que foi coordenada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, envolveu freis dominicanos, amigos de Carlos. Eles foram obrigados a atraírem o guerrilheiro até a Alameda Casa Branca.
Conforme planejado pelo Dops, no encontro os agentes estavam escondidos, atiraram e mataram Marighella. A ALN ficou ativa até 1974, eventualmente 11 anos antes da ditadura militar chegar ao fim.
“Marighella” o filme
Nesse ano, um filme sobre a história de vida de Carlos Marighella seria lançado no cinema brasileiro, no dia 20 de novembro. Porém, a produtora do longa O2 Filmes, foi barrada de lança-lo devido a questões burocráticas com a Ancine (Agência Nacional do Cinema).
O filme tem direção de Wagner Moura, elenco composto por nomes como Seu Jorge, Bruno Gagliasso, Adriana Esteves e Herson Capri. Foi lançado em vários festivais de cinema internacional, está sendo aclamado pela crítica. Porém encontrou restrições no próprio país de origem.
Segundo nota da produtora, o longa homenagearia os 50 anos da morte de Marighella. E consequentemente, queriam interligá-la ao dia da consciência negra, 20 de novembro. Eles seguem trabalhando para que o filme seja exposto no Brasil.
Por enquanto não se tem previsão de uma nova data de estreia.
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Fonte: E Guia do Estudante, Pragmatismo Politico
Imagem destaque: Brasil Wire
Marighella – Entenda quem foi e o por que seu filme foi cancelado no Brasil Publicado primeiro em https://segredosdomundo.r7.com/
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