A série The Handsmaid’s Tail, foi inspirada no livro de Margaret Atwood. O impressionante é que a autora diz que existiu apenas uma regra para escreve-lo: Todos os fatos tinham que ser baseados em alguma história real.
Ao selecionar e agrupar elementos únicos da história real, o conto de Aia, como é a tradução, revelou fatos assustadores.
A série está no Brasil disponível pela GloboPlay. Em entrevista ao “New York Times”, a autor detalha os elementos de bases históricas.
The Handsmaid’s Tail: O conto da Aia
Roupas
A história se passa em Gilead. Naquele tempo as cores das roupas femininas identificavam o seu status social. O vermelho era destinado as servas (aias), azul era reservado as esposas, verde ficava para as Martas (empregadas da casa), e marrom para as tias.
A autora conta que: — “Organizar as pessoas de acordo com o que elas vestem é uma vocação humana muito, muito, muito antiga. Remonta ao primeiro código legal conhecido, o Código de Hamurabi, que afirmava que “apenas damas aristocratas tinham permissão para usar véus” —
“Se você fosse pego usando véu, sendo na verdade um escravo, a pena seria a execução. Pois você estaria fingindo ser alguém que não era” diz Atwood.
Os códigos de vestuário serviam para identificar e controlar as pessoas.
A cor vermelha dada à serva, foi muito usada no Canadá para identificar prisioneiros de guerra, por destacarem na neve. O vermelho também aparece na história cristã “a Virgem Maria inevitavelmente usava azul ou azul-esverdeado, e Maria Madalena sempre vestia vermelho”, diz Atwood.
Cerimônias
As cerimônias não ficam de fora, na série o ritual é chamado de “particicution”, uma junção de participação e execução. Nela as mulheres ficavam em círculos e participavam da execução. Havia casos em que desmembravam o acusado com as próprias mãos.
Esse ritual foi inspirado na história antiga da Grécia, onde os Ménades destruiam as vítimas sacrificiais do deus Dionísio.
Nascimentos
“Não é por acaso que Napoleão proibiu o aborto. Ele dizia exatamente porque queria descendentes — para bucha de canhão. Adorável!” Conta Atwood.
A série retrata as servas forçadas a dar a luz, e logo após terem os bebês afastados. Elas passam a ser consideradas funcionárias de alto escalão.
Na Argentina, 1976, ao assumir o poder, a junta militar tomou cerca de 500 crianças recém nascidas. Elas foram adotadas por militares e policiais. Crianças indígenas do Canadá e Austrália também sofreram o mesmo destino.
Infertilidade
A infertilidade nunca foi olhada pelo lado masculino, era sempre as mulheres quem levavam a culpa por não ter filhos.
— Há alguma confusão sobre isso, com tia Lydia dizendo que as esposas são estéreis. E por séculos e séculos as pessoas pensavam assim: a culpa é da mulher. O rei Henrique VIII seguia trocando esposas (e a religião do estado) e por isso Ana Bolena sabia que estava condenada quando teve um aborto espontâneo. Pensava-se que a criança estava completamente formada dentro da semente do homem, e essa semente era simplesmente plantada na mulher, como você planta em um campo — lembra Atwood.
Mercado Negro
A série retrata também um bordel. Lá homens poderosos fazem negócios, sexo e se metem em aventuras obscuras. Lá é também um mercado negro. Atwood tirou detalhes do livro Norman Lewis, “Naples ’44”, descrevendo o mercado negro tolerado pelos Aliados em Nápoles, na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial.
— Tudo isso é tão antigo, mercados negros, clubes especiais com itens que você não pode conseguir em outro lugar, informações trocadas por canais subterrâneos — diz a autora.
Resistência
A autora se dedicou a uma grande pesquisa sobre movimentos e resistência em vários países. Um dos seus amigos era membro da Resistência Francesa.
— Seu trabalho era entrevistá-los, para garantir que fossem realmente britânicos, e não alemães fingindo ser britânicos para revelar as linhas de comunicação subterrâneas. Então ele perguntava de onde vieram, sobre futebol e tal, e se descobrisse que eram alemães, eles seriam fuzilados — relembra.
O uso de membros femininas são muito presentes nesses movimentos, as roupas das servas as tornava ideal para guardar segredos.
— Basta olhar para todos os lugares onde você pode esconder as coisas! Mangas grandes! Coloque na sua meia. Ninguém vai olhar.
Fonte: o globo
Imagens: o globo
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